“Questões internas das corporações militares não devem ser comentadas publicamente por seus agentes. De qualquer maneira, um policial que acusa o outro sem fundamento e materialidade joga contra a memória e honra da corporação. Trata-se de uma ação leviana, descomprometida com o bem da instituição, em busca de holofotes em um ano eleitoral”, disse o coronel.
O ex-comandante geral da PM, que é reformado, trabalha na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). De acordo com o processo do qual Gabriel foi alvo internamente, na manhã do dia 23 de outubro do ano passado, o agente se passou por um estudante da PUC para conseguir falar com o coronel Ibis na Alerj.
Na ocasião, segundo consta no processo, Ibis resolveu atender Gabriel fora de seu gabinete, pois o soldado alegou que estava de bermuda e não poderia entrar na assembleia. Quando o oficial se encontrou com o youtuber, percebeu que, na verdade, ele queria fazer um vídeo para seu canal, questionando algumas atitudes do ex-comandante.
No vídeo, divulgado editado por Gabriel em seu canal (assista mais abaixo), ele pergunta se existe alguma “broderagem” entre o coronel e traficantes do Comando Vermelho (CV) do Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio.
No processo do qual foi alvo, Gabriel respondeu por transgressão disciplinar de natureza grave. Assim que recebeu a notícia da perda do porte de arma, nesta quinta, o youtuber disse que está em processo de expulsão da PM porque questionou o ex-comandante da PM por ter ligação em áreas do CV. Confira o vídeo:
Veja a nota completa:
“Nota Pública – Posicionamento Coronel Ibis Pereira
Questões internas das corporações militares não devem ser comentadas publicamente por seus agentes. De qualquer maneira, um policial que acusa o outro sem fundamento e materialidade joga contra a memória e honra da corporação. Trata-se de uma ação leviana, descomprometida com o bem da instituição, em busca de holofotes em um ano eleitoral.
Nesses 33 anos de Polícia Militar, eu honrei a farda e aprendi que a corporação é um importante elemento de coesão social. Um policial precisa ser, acima de tudo, alguém que cuida da lei e da sociedade, não que a transgride para fins de projeção pessoal. O que torna essa profissão incompatível com qualquer tipo de desrespeito com relação ao outro.
Acredito no diálogo como um elemento fundamental para aproximar as pessoas. Nunca me neguei a dialogar na esfera pública, de forma democrática e civilizada, como um bom policial deve fazer. Tenho, como cidadão, o dever de manter o respeito como diretriz de minha conduta, bem como tenho o direito e o compromisso de garantir que minha história de vida, pessoal e profissional, não seja difamada”.
Por O Dia
RANOTÍCIAS