Cheia do rio Paraíba do Sul alaga estrada SB 02, em São João da Barra que precisou ser interditada

Segundo a Prefeitura de SJB, o nível do rio Paraíba chegou a 6,40 metros nesta manhã, sendo que sua cota de transbordo é de 8 metros. Apesar disso, a situação é considerada sob controle pela Defesa Civil. A rodovia SB-02 continua interditada e sem previsão de liberação. A água que já havia atingido a região de pastagens às suas margens já ultrapassou o nível do asfalto. A secretaria de Segurança Púbica atua com a Guarda Civil Municipal nos acessos a via e com a Defesa Civil no monitoramento, inclusive aéreo, do deslocamento das águas.

Na região dos bairros da Chatuba e Nova São João da Barra, na sede do município, a secretaria de Agricultura atua na abertura de valas para escoamento da água. Estradas vicinais também estão sendo percorridas por integrantes da secretaria de Meio Ambiente e Serviços Públicos e da Defesa Civil verificando manilhamento e outros pontos que possam estar obstruídos para facilitar o fluxo a água.

Na noite dessa quarta-feira (4), secretários se reuniram para traçar ações emergenciais, após a prefeita de São João da Barra, Carla Machado, determinar a criação de um Gabinete de Crise para gerir questões relacionadas ao período de chuvas. A preocupação é com o rompimento do Dique São João, provocando inundações, em decorrência do nível elevado do rio Paraíba do Sul, que desde janeiro começou a receber as águas das fortes chuvas da Zona da Mata Mineira.

Segundo o coordenador da Defesa Civil de SJB, Wellington Barreto, a previsão é que o nível do Paraíba comece a estabilizar, o que tende a facilitar o trabalho nas áreas alagadas. A reunião foi intermediada pelo chefe de Gabinete, Edivaldo Machado.

A atenção maior está para a área de abrangência do Dique São João, que rompeu no último dia 15. O monitoramento da força-tarefa e as ações estão voltadas para a população das localidades de Cajueiro, Degredo, Bairro de Fátima e Chatuba (sede), Grussaí e Perigoso.

— Nós da Defesa Civil vamos, junto com a Assistência Social e Direitos Humanos, percorrer essa área mais afetada e procurar as famílias para informarmos a situação e, assim, monitorá-las — destacou Barreto. Já Agricultura, Obras e Meio Ambiente realizam vistorias e abrem passagem para a água acumulada em alguns trechos. Tudo para tentar evitar maiores danos, principalmente aos que residem em área urbana e também produtores rurais afetados.

O município, inclusive, começou a informar o problema dos diques aos órgãos responsáveis da União e Estadual, desde janeiro último. A secretaria de Meio Ambiente e Serviços Públicos oficializou a Secretaria do Patrimônio da União (SPU), Ministério Público Federal, Departamento de Recursos Minerais (DRM) do Rio de Janeiro, Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e a Secretaria Estadual do Ambiente e Sustentabilidade (Seas). Cabe ao Inea a recuperação dos diques, com autorização do Governo Federal.

Representantes da Defesa Civil e das secretarias municipais de Meio Ambiente e Serviços Públicos, Agricultura e de Segurança Pública de São João da Barra receberam, nessa quarta-feira (4), o chefe do Serviço de Monitoramento do Inea, Alan Vargas, para uma visita técnica no local do rompimento de trecho do Dique São João.

O objetivo foi elaborar um relatório técnico da situação atual, enfocando condições do rompimento e de alagamentos, levantamento da integridade, de acesso e de disponibilidade de material, para ser encaminhado ao Inea/Rio e à Seas visando a aquisição de recursos técnicos e financeiros para implementar serviço de recuperação do dique.

— A Prefeitura solicitou uma avaliação dos riscos hidrológicos e tecnológicos pela Superintendência Regional do Inea, por ser de sua competência, a fim de pleitear da Seas recursos necessários para o restabelecimento do dique — enfatizou a secretária de Meio Ambiente e Serviços Públicos, Joice Pedra.

O coordenador da Defesa Civil de SJB destacou a importância da visita. “Essa visita técnica foi importante para mostrarmos a situação em que o município se encontra devido o rompimento do dique associado ao saturamento do lençol freático, provocado pela forte chuva na região e o aumento do nível do Rio Paraíba do Sul”, destacou Wellington.