Médicos da rede pública de Campos deflagram greve nesta terça-feira e ao menos os serviços ambulatoriais, já foram suspensos.
Médicos da rede municipal de Campos vão entrar em greve nesta terça-feira (18). O presidente José Roberto Crespo e outros representantes do Sindicato dos Médicos de Campos (Simec) estiveram reunidos na tarde desta terça (17), no Ministério Público, com representantes da Prefeitura, entre eles o procurador geral do município, José Paes Neto, que, segundo José Roberto, ficou de agendar reunião emergencial com o prefeito Rafael Diniz para discutir demandas dos profissionais da saúde. O presidente do Simec explicou que a greve acontecerá apenas na rede ambulatorial, sendo mantidos os atendimentos de urgência e emergência.
— Foi definido em assembleia que a rede ambulatorial iria paralisar. A rede de urgência e emergência, que são os hospitais, as unidades 24 horas, essas unidades vão funcionar normalmente nos seus regimes de trabalho. Só a rede ambulatorial, que são consultas previamente agendadas, vai paralisar. Estes postos estão completamente sucateados, a estrutura física. Há várias incongruências, tipo: mofo, não tem pia no consultório, o mobiliário está quebrado, falta material de insumo, medicamentos. Então, nessas unidades, que são as Unidades Básicas de Saúde (UBS’s), postos distribuídos no município, o atendimento vai paralisar, até a gente ver se consegue uma melhoria na estrutura — disse o presidente do Simec.
Um ato simbólico está previsto para as 11h desta terça, no Hospital Geral de Guarus (HGG), marcando o início da greve. Não há previsão quanto à duração desta. No ato inicial, o Simec divulgará via imprensa uma carta destinada à população.
— São demandas de seis, sete meses atrás, que continuam. São as questões das férias, da falta de pagamento da gratificação, da carga horária… Mas, hoje, estamos basicamente trabalhando na questão da estrutura, das condições de trabalho“, destacou José Roberto Crespo. “Não é um problema de hoje, mas se agravou nesse governo. É antigo, dos dois governos passados, sim, mas o Rafael teve três anos, e a gente não viu, com várias emendas parlamentares, isso se reverter em melhorias na prática, no dia a dia — pontuou.
Em nota, a Prefeitura disse que “a secretaria municipal de Saúde se mantém disposta a dialogar com a categoria”. De acordo com a nota, na reunião de ontem, “ficou determinado o funcionamento obrigatório de 30% dos demais serviços da saúde, além do atendimento de urgência e emergência, em caso de greve. O acordo anterior ainda não pôde ser integralmente cumprido devido às constantes quedas de arrecadação das receitas oriundas do petróleo. Somente em 2019, as perdas superam R$ 200 milhões, se comparado ao ano de 2018”.