Polícia apura rede que acobertou miliciano morto
Advogado: Adriano da Nóbrega alertou sobre ser assassinado por
queima de arquivo.
Policiais da Subsecretaria de Inteligência da Polícia Civil, que localizaram o miliciano Adriano Nóbrega, o capitão Adriano, na Bahia, agora têm um novo alvo: a rede de colaboradores que manteve o ex-oficial da PM por tanto tempo foragido. Entre eles, a possível participação de agentes públicos. Indagado a respeito, o subsecretário de Inteligência, Luiz Lima, afirmou que “detalhes não podem ser divulgados para não prejudicar o andamento da apuração”.
O passo inicial para desvendar a rede começa a ser dado hoje: os treze celulares que estavam com Nóbrega, apontado como chefe do Escritório do Crime, serão encaminhados ao Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE). Foi justamente no trabalho de perícia em celulares já apreendidos que o Ministério Público identificou a rede de milicianos que atuava na Muzema, em Jacarepaguá, na qual Nóbrega respondia na Justiça por ser um dos chefes.
Ontem, em uma entrevista coletiva, o secretário de Segurança da Bahia, Maurício Barbosa, revelou que foi o segurança de Adriano que apontou sua localização.
A Secretaria de Segurança Pública da Bahia informou que o corpo de Adriano encontrava-se no IML de Alagoinhas, cerca de 70km de onde o miliciano foi morto.
Medo de ser ‘silenciado’
A captura do ex-Bope era considerada fundamental para as investigações do caso Marielle Franco. O que se sabe da morte de Adriano da Nóbrega, até agora, é que, segundo autoridades da Bahia, houve troca de tiros entre o miliciano e os policiais.
O advogado Paulo Emílio Cata Pretta prometeu acionar autoridades sobre a possibilidade de “queima de arquivo”: “Tive acesso a uma hipótese (de queima de arquivo) tanto por parte de Adriano quanto de sua viúva”, disse o advogado. O ex-Bope teve parentes nomeados no gabinete do então deputado estadual, hoje senador, Flávio Bolsonaro (sem partido).
Por Bruna Fantti
O Dia