Senadores gastaram R$ 6,5 milhões com passagens em 2019

Os senadores gastaram mais de R$ 6,5 milhões em 2019 só com passagens aéreas, aquáticas e terrestres nacionais –sem contar as viagens oficiais para dentro e fora do país. O valor representa 30,6% de todo o montante da Ceap (Cota para Exercício da Atividade Parlamentar) usado no Senado no ano: R$ 22,7 milhões.

O levantamento foi realizado pelo Poder360 usando dados da Transparência do Senado até 18 de dezembro de 2019.

Apesar de ser alto, o valor é bem inferior ao do 1º ano da legislatura anterior. Em 2015, os senadores usaram quase 3 vezes mais dinheiro para viajar dentro do país: R$ 18,3 milhões. Naquele ano, o montante representou mais de 50% dos gastos da cota.

Gastos por partidos

O partido que usou mais a cota, em média, foi o Republicanos, que tem apenas 1 representante na Casa Alta: o senador Mecias de Jesus (RR). Sozinho, ele gastou R$ 440.599,56. Já o partido mais econômico foi o PSB, com R$ 144.614,31 gastos.

O valor da cota parlamentar é diferente para cada unidade da Federação, porque leva em consideração o preço das passagens aéreas de Brasília até a capital do Estado pelo qual o senador foi eleito. Saiba aqui os valores.

Gastos por categoria

A Ceap é uma cota destinada a custear as despesas de apoio ao trabalho legislativo, e seu valor varia de acordo com o Estado do congressista, com base na distância para Brasília. Ela é dividida em 7 cifras, que vão desde o aluguel de imóveis para escritório político a gastos com alimentação e combustível, passagens, hospedagem e divulgação da atividade parlamentar.

O 2º maior gasto dos senadores, depois das passagens, foi com a contratação de “serviços de apoio ao parlamentar”, que pode incluir pesquisas, consultorias e marketing político, por exemplo. Foram usados R$ 4.931.972,90 nessa categoria.

Em seguida, estão as despesas com locomoção, hospedagem, alimentação e combustíveis dos senadores durante as viagens: R$ 3.818.042,29. Esses valores são reembolsados pelos congressistas a partir da apresentação de nota fiscal –não é necessário justificá-los.

Correios

Fora da Ceap, há ainda outros valores disponíveis para o uso dos senadores. Chama a atenção o montante utilizado só para o envio de correspondências pelos Correios: R$ 1.658.534,11. O mais gastador dessa categoria foi Humberto Costa (PT-PE), que usou R$ 132.349,98.

Eis a lista dos outros 5 que mais gastaram com correspondências:

  • Ciro Nogueira (PP-PI): R$ 109.387,77;
  • Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE): R$ 85.353,07;
  • Otto Alencar (PSD-BA): R$ 79.875,04;
  • Elmano Férrer (Podemos-PI): R$ 69.597,57;
  • Styvenson Valentim (Podemos-RN): R$ 64.618,75.

Por outro lado, 3 senadores abriram mão desse gasto: Jorge Kajuru (Cidadania-GO), Weverton (PDT-MA) e Reguffe (Podemos-DF). Além destes, eis os 5 que menos usaram dinheiro para pagar os Correios:

  • Oriovisto Guimarães (Podemos-PR): R$ 5,8;
  • Izalci Lucas (PSDB-DF): R$ 85,7;
  • Vanderlan Cardoso (PP-GO): R$ 124,96;
  • Luiz Pastore (MDB-ES): R$ 181,19;
  • Angelo Coronel (PSD-BA): R$ 297,44.
  • msn

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