Criminosos que extorquiam motoristas de vans na região, foram presos nesta quarta-feira (18)
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), realizou nesta quarta-feira (18), uma operação com o objetivo de desarticular uma organização criminosa em Campos que extorquia motoristas de vans e lotadas. A ação, que contou com apoio do 6º Comando de Policiamento de Área (CPA) da Polícia Militar e da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), resultou na prisão de cinco suspeitos e na apreensão de uma arma de fogo. Os mandados foram cumpridos em Campos, São Francisco de Itabapoana (SFI) e São João da Barra (SJB).
De acordo o MPRJ, a ação foi deflagrada para o cumprimento de cinco mandados de prisão e cinco de busca e apreensão. Ela foi iniciada por volta das 4h, uma vez que os agentes tinham a previsão de que os suspeitos realizavam o serviço ilegal de transporte durante a madrugada, em Campos e em cidades vizinhas. A operação foi titulada como “Operação Rota 224”, já que um dos caminhos utilizados pelo grupo criminoso era a RJ-224, que liga Campos a SFI. “A organização dominava um ponto no Mercado Municipal, onde ameaçava os motoristas que pretendessem conduzir passageiros. Com essa conduta, a estrutura criminosa obtinha lucros advindos da atividade ilícita”, informou o órgão.
O promotor público do Gaeco, Sérgio Fonseca informou que as investigações duraram cerca de dez meses e identificou os integrantes da organização criminosa especializada em obter vantagem semanal de motoristas de vans e lotadas, por meio da cobrança de remuneração pelo serviço de cooptação de passageiros. O valor variava entre R$ 70 e 150,00, semanais. Durante a ação, os agentes encontraram próximo ao Mercado Municipal, em Campos, um trailer que era uma espécie de escritório do crime onde os criminosos organizavam a chegada e saída das vans e lotadas.
“O transporte irregular já existia, esse grupo se apropriou de determinadas rotas e de um ponto onde os passageiros embarcavam nesses transportes próximo ao Mercado Municipal. Eles lotearam aquela localidade impedindo que qualquer motorista atuasse ali sem que houvesse pagamento de valores semanais. A população deve procurar se informar melhor em relação aos serviços que utiliza porque são serviços irregulares, que não dão qualquer garantia de segurança e de confiabilidade aos seus usuário. São serviços, inclusive, intermunicipais que utilizam estradas e não há qualquer tipo de fiscalização sobre esse tipo de transporte”, disse.
Foram realizadas duas prisões em Campos – entre eles, a do líder do grupo criminoso, que se encontrava no Parque Rosário – outras duas prisões em SFI e uma em SJB. No município sanjoanense, a prisão aconteceu em uma residência na praia de Grussaí. O homem era responsável por cobrar dos motoristas e com arma de fogo ameaçava aqueles que se negavam a pagar a propina. Com ele foram apreendidos R$ 3.500 e documentos pessoais. Ele e o material foram conduzidos para a 145ª Delegacia de Polícia de SJB.
O Gaeco também identificou que, para dar um tom de legalidade à atividade criminosa, o grupo criou um aplicativo de celular para que em situação de fiscalização do Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro (Detro) e do Instituto Municipal de Trânsito e Transportes (IMTT) os motoristas apresentassem o recurso alegando que ‘os passageiros foram pegos através do aplicativo de transporte individual’, como se o transporte clandestino fosse legalizado.
As prisões temporárias e as buscas foram expedidas pela 3ª Vara Criminal de Campos. Eles responderão pelos crimes de atentado contra segurança do serviço público, organização criminosa e extorsão.
Por: VIRNA ALENCAR
FOLHA 1