A Polícia Civil de Goiás encontrou, nesta segunda-feira (9), R$ 1,3 milhão escondidos em malas e sacos que estavam dentro de um Porsche apreendido durante uma operação contra a fabricação ilegal de remédios para emagrecer, os quais eram vendidos em todo o país, pela internet. Ao todo, 11 pessoas estão presas suspeitas de participar do esquema.
A operação foi realizada na última quarta-feira (4), em Goiás e Minas Gerais, e causou o fechamento da indústria, que ficava em Cachoeira Alta, no sudoeste goiano. O delegado Rafael Gonçalves do Carmo, responsável pela investigação, explicou que a corporação só conseguiu nesta segunda-feira a autorização judicial para abrir o carro, que foi apreendido com um dos detidos durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão.
Com ajuda dos bombeiros, o Porsche teve as portas e o porta-malas arrombados em Rio Verde, cidade da mesma região em que as apurações estão concentradas. No interior do carro também estavam alguns documentos de transferência bancária que serão analisados. Segundo o delegado, o dinheiro será depositado em uma conta judicial.
Os policiais também cumpriram nesta segunda-feira mandados de prisão preventiva contra dois homens suspeitos de envolvimento na produção e venda dos medicamentos falsos. Um foi preso em Rio Verde. Já o outro, em Quirinópolis.
O delegado disse que os presos ficaram em silêncio durante o depoimento oficial. Os nomes deles não foram divulgados pelo investigador.
Dinheiro encontrado dentro do carro será depositado em conta judicial, em Goiás — Foto: Divulgação/Polícia Civil de Goiás
Venda pela internet
A operação envolveu mais de 40 policiais que cumpriram mandados de prisão e busca e apreensão em Cachoeira Alta, Paranaiguara e alguns endereços em Minas Gerais. Além dos dois presos nesta segunda-feira, outras nove pessoas já tinham sido detidas suspeitas de fazer parte da produção e venda dos comprimidos.
Alguns suspeitos foram detidos em casa e outros na própria fábrica. Nos locais onde foram cumpridos mandados de busca e apreensão, a corporação apreendeu milhares de cápsulas e veículos de luxo que estavam em poder dos detidos.
Não foi divulgado se a indústria tinha algum nome de fachada para disfarçar a real produção. Segundo a polícia, os criminosos vendiam os medicamentos por meio da internet, para todo o país. O delegado Carlos Roberto Batista, que também participa das investigações, informou que os comprimidos estavam se popularizando entre internautas nos últimos meses.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou, por meio de nota, que “não há nenhum fabricante de medicamentos com autorização de funcionamento da Anvisa no município de Cachoeira Alta” e nenhum no Brasil registrado com os nomes usados pelos investigados nas embalagens.