Atentado no Maranhão deixa dois índios mortos; Moro fala em enviar Força Nacional
Dois índios da etnia guajajara morreram
após atentado a balas ontem às margens da
BR-226, no município de Jenipapo dos
Vieiras, no Maranhão, 500 quilômetros ao
sul da capital São Luís. Em pouco mais de
um mês, foram três vítimas na região. De
acordo com a Fundação Nacional do
Índio (Funai), os indígenas foram atingidos
por tiros disparados por ocupantes de um
veículo Celta, de cor branca e com vidros
espelhados por volta das 14h30. Outros dois
ficaram feridos.
Após atentado, índios fizeram protesto e
bloquearam a BR-226 no Maranhão Foto:
Josoaldo de Oliveira / Divulgação.
No dia 1º de novembro, Paulo Paulino Guajajara foi morto em uma emboscada na Terra Indígena Arariboia (MA) quando realizava uma ronda contra invasões. Considerado um dos “guardiões da floresta”, era conhecido por ser calado e estrategista.
Há cinco anos que a escalada de violência em terras indígenas do Maranhão levou o Ministério Público Federal (MPF) a pedir na Justiça que as autoridades tomem providências para evitar mais mortes. Atualmente existem ao menos quatro “guardiões” sob ameaça de morte na área e outros 20 em todo o Estado.
O governador Flávio Dino (PCdoB) já criou uma força-tarefa para garantir a segurança dos indígenas e mediar possíveis conflitos. De acordo com o governo estadual, no entanto, para funcionar plenamente a força-tarefa depende da União. Organizados desde 2012 com auxílio da Funai, os “guardiões” são grupos formados pelos próprios índios para proteger suas terras de invasões. Na Aririboia são cerca de cem jovens que patrulham a floresta armados com arcos, flechas e cordas. Armas de fogo são vetadas.
Por: Paulo Beraldo
msn