Transporte público X usuários. Embates parecem não ter fim

Moradores da região de Rio Preto realizaram uma manifestação, na manhã desta terça-feira (3), contra a decisão do Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT) de deixar apenas vans realizando o trajeto entre a localidade e o terminal de integração. Eles colocaram fogo em pedaços de paus e pneus e interditaram uma via e reclamaram do número de vans que atenderão a localidade. Nessa segunda, o órgão implantou mais uma fase do novo sistema de transporte do município, que prevê que ônibus e vans não devem operar as mesmas linhas, fora o período de transição. Usuários precisam de cartão de integração para pagar apenas uma passagem e devem ficar atentos para qual empresa realiza o serviço de acordo com a sua localidade.

— Nós pedimos que os usuários aguardem pelo menos 48 horas de funcionamento do sistema para que o órgão possa fazer os ajustes necessários para atendimentos das linhas — explicou o presidente do IMTT, Felipe Quintanilha.

Nessa segunda, um grupo de passageiros de localidades da região Norte e Rio Preto, em Campos, realizaram uma manifestação em frente a rodoviária Roberto Silveira, por problemas na integração entre ônibus e o transporte alimentador na volta para casa. Por causa do protesto, a avenida José Alves de Azevedo (Beira-valão) foi interditada por cerca de uma hora e grupo foi dispersado pela Polícia Militar.

A moradora de Rio Preto Vera de Lurdes Santos, 49 anos, afirmou que o sistema de integração ainda apresentada problemas. “A opção que eles dão é a gente pagar R$ 1,50 até o terminal e depois mais R$ 6 até Rio Preto. Quem consegue pagar esse valor ganhando um salário mínimo? Nenhum patrão vai querer pagar vale-transporte desse jeito”, explicou.

Campos tem, hoje, dois sistemas de bilhetagem e usuários devem ficar atentos sobre qual atende o setor referente a sua localidade. As empresas AndaCampos e RioCard são responsáveis por recolher as passagens dentro do sistema de integração que permitem ao usuário o pagamento do valor apenas uma vez por viagem.

Os setores C (Santa Maria, Santo Eduardo, Morro do Coco, Vila Nova e Travessão) e D (Três Vendas e Sapucaia) são atendidos apenas pelo sistema da RioCard, por opção do consórcio Planície, composto pelas empresas São João e Jacarandá. Segundo Quintanilha, a RioCard foi habilitada a cerca de um mês e realiza os últimos ajustes para início de operação. Procurada pela Folha a empresa afirmou que está em fase final de testes e que sistema deve estar operando no início da próxima semana. Já os setores A (Mussurepe, Santo Amaro, São Sebastião e Tocos), B (Martins Lage, Venda Nova e Campo Novo), E (Santa Cruz) e F (Ibitioca, Serrinha, Dores de Macabu) operam pelo sistema da AndaCampos.