Vídeo: ossadas de escravos na praia de Manguinhos em São Francisco de Itabapoana
” Por telefone, conversamos com Simone Pedrosa, moradora de Manguinhos e pessoa muito ligada às causas em defesa do Meio Ambiente. Simone então nos auxiliou com material para pesquisa e confirmou que tomou conhecimento do caso na manhã desta terça e ainda informou, que o movimento das marés, de tempos em tempos, alcança a área onde seria o cemitério de escravos e dessa forma acaba removendo ossadas e objetos enterrados no local”, disse Carlos Jorge.
Um pouco da história:
Manguinhos foi um importante local de desembarque clandestino de africanos mesmo após 1850, quando foi instituída a Lei Euzébio de Queiroz, que proibiu o tráfico de escravos. Um dos principais traficantes da época era André Gonçalves da Graça que negociava escravos em toda a região.
Em dialogo com antigos moradores do local, descobrimos que os escravos chegavam a costa já cansados e muitos sem vida. Nessas condições eles eram jogados em um mangue que existia em Manguinhos, atualmente tomado pelo mar.
Com o tempo, os traficantes passaram a enterrar os escravos em uma área de restinga, área na qual hoje, o mar segue avançando e descobrindo novas ossadas e pertences dos escravos.
Em dialogo com antigos moradores do local, descobrimos que os escravos chegavam a costa já cansados e muitos sem vida. Nessas condições eles eram jogados em um mangue que existia em Manguinhos, atualmente tomado pelo mar.
Com o tempo, os traficantes passaram a enterrar os escravos em uma área de restinga, área na qual hoje, o mar segue avançando e descobrindo novas ossadas e pertences dos escravos.
Além dos traficantes de escravos de São João da Barra, vila à qual pertenciam as praias de Manguinhos e Buena, a região também era utilizada para desembarque de africanos por traficantes de Quissamã, Bom Sucesso, Carapebus e Macaé.
A história é longa e envolvente e alcança ainda as fazendas São Pedro e Santana, além das históricas localidades, hoje quilombolas de Barrinha e Deserto Feliz. Para quem gosta de história, fica a dica para pesquisa. As imagens foram feitas por moradores de Manguinhos. Agradecemos pela colaboração.
Obs: estranhamente, até o momento, não se tem informação de que nenhum órgão oficial, como a Prefeitura por exemplo ou o próprio Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional- IPHAN, tenham tomado alguma providência quanto ao fato.
RANOTÍCIAS