Segunda audiência do sequestro de Cristiano Tinoco acontece no Fórum de justiça de Campos
A segunda audiência de instrução e julgamento do caso do sequestro do empresário Cristiano Tinoco e sua esposa Taís Rodrigues foi realizada nesta quarta-feira (27), na 1ª Vara Criminal de Campos. Para esta etapa, foram intimados os quatro acusados Carlos José Gonçalves do Espírito Santo, Junio dos Santos Costa, André Angelo Monteiro e José Maurício Santos Ferreira Junior, além de uma testemunha, irmã de um dos acusados, no entanto, diante das declarações dessa testemunha, o juiz optou por ouvir novamente o acusado Marven Chagas Batista, que foi detido em Feira de Santana e permanece preso na Bahia, para somente depois ouvir os demais réus.
De acordo com informações do advogado João Paulo Granja, que atua como assistente da acusação, a irmã de Marven foi ouvida porque, em depoimento na 134ª Delegacia Legal do Centro de Campos, que no dia do crime, o irmão teria ido à casa dela com um carro novo, que ele teria comprado e cerca de R$ 20 mil em dinheiro. Diante do juiz, no entanto, a testemunha alegou não ter dado tal declaração que, na verdade teria sido inserido por policiais no testemunho.
Na sequência da audiência seriam ouvidos os demais réus, mas diante das informações das testemunhas, foi solicitado que o réu Marven fosse novamente ouvido antes. Marven aponta todos os demais réus como co-autores do crime. O pedido foi deferido pelo juiz 1ª Vara Criminal de Campos, Wycliffe de Melo Couto e o réu deve ser ouvido por carta precatória, ou vídeo-conferência, na Bahia.
O caso – O sequestro de Cristiano e sua esposa aconteceu no dia 3 de dezembro de 2018. Na ocasião, o empresário Cristiano Tinoco foi abordado após ser chamado pelo nome. Dois bandidos armados renderam o empreiteiro, entraram no carro com ele, foram até o trevo da entrada da cidade (no Contorno), onde outro homem, também armado, passou a integrar a ação. Os três, junto com a vítima, seguiram para a casa do empresário, no Parque Rodoviário.
Na residência, os bandidos exigiram a quantia em dinheiro. A mulher da vítima chegou à casa e passou a ser refém junto com o marido. Como o empreiteiro não tinha a quantia em casa, ligou para amigos e um deles informou ter o valor exigido. O próprio amigo levou o dinheiro à casa do empresário. Após receberem a quantia, os bandidos fugiram, levando o carro da vítima.
O empresário José Maurício Santos Ferreira Júnior, apontado como autor intelectual do crime e amigo pessoal do casal sequestrado, foi preso no condomínio Sonho Dourado, onde reside, pouco antes das 6h30 do dia 24 de janeiro deste ano, durante a operação Avaritia. Em fevereiro desta ano, ele teve um pedido de habeas corpus negado pela desembargadora da 7ª Câmara Criminal do Rio de Janeiro Maria Angélica Guerra Guedes. Outros dois suspeitos também foram presos na operação Avaritia: Junio Santos da Costa e André Ângelo Monteiro. Um foi encontrado no Parque Leopoldina e o outro, no Parque Nova Campos, em Guarus. Ainda foram cumpridos três mandados de busca e apreensão. Mais dois suspeitos do sequestro já haviam sido presos. O primeiro foi detido em Grussaí, no dia 3 de janeiro, e o outro, identificado como Marven Chagas Batista, em Feira de Santana, na Bahia, no dia 17 de janeiro, depois de ser perseguido pela polícia de quatro estados.
Na primeira audiência, realizada no dia 22 de agosto deste ano, foram ouvidas as vítimas, policiais civis e o delegado responsável pelo caso, Pedro Emílio Braga, que esclareceram detalhes da investigação. O pai, a esposa e o dono da empresa onde José Maurício trabalhava, que foram indicados pela defesa, também prestaram depoimento.
Folha 1