Uruguai elege hoje, em segundo turno, novo presidente

Várias sondagens foram divulgadas nos últimos dias. Apesar de uma pequena variação de percentuais, todas coincidem em que Luis Lacalle Pou deverá vencer, com cerca de 50% dos votos. Daniel Martínez deve ficar com cerca de 44% e os votos em branco e nulos devem somar aproximadamente 6%.

A coalizão de Daniel Martínez, Frente Ampla (FA) é de esquerda e está no poder há 15 anos. O atual presidente, Tabaré Vázquez, governou o país entre 2005 e 2010 pela primeira vez; foi sucedido pelo também frenteamplista José Pepe Mujica, de 2010 a 2015; e regressou à presidência novamente com mandato até 2020. A posse do novo presidente será no 1º de março de 2020.

Analistas apontam algumas razões para a queda do apoio popular à Frente Ampla. O desaste natural do exercício do poder por 15 anos, o desejo de mudança, o aumento da violência, da insegurança e do desemprego no país, a economia estancada, entre outros fatores.

Aproveitando este contexto negativo para a FA, o candidato de direita Luis Lacalle Pou se aliou ao terceiro e ao quarto candidatos mais votados em primeiro turno e conseguiu confirmar a “aliança multicolorida” entre os “blancos”, como são conhecidos os apoiadores do Partido Nacional, e os “colorados”.

Lacalle Pou se aliou a Ernesto Talvi, do Partido Colorado, e a Guido Manini Rios, do partido Cabildo Abierto. Eles obtiveram, respectivamente 12% e 11% dos votos no primeiro turno. De acordo com a pesquisa Radar, divulgada há poucos dias, entre os que votaram no colorado Talvi, 75% devem apoiar Lacalle Pou, enquanto que apenas 18% pretendem votar em Martínez. E entre os que votaram em Manini Ríos, do Cabildo Aberto, 87% pretendem apoiar Lacalle Pou, enquanto que apenas 8% declaram apoiar Martínez.

Assim, Lacalle Pou, que obteve menos votos que Martínez em primeiro turno, conseguiu virar o jogo. No primeiro turno Martínez obteve 39% dos votos, enquanto Luis Lacalle Pou recebeu 29%.

Regras

No país, o voto é obrigatório para todas as pessoas maiores de 18 anos cadastradas no sistema eleitoral. A votação será definida por maioria simples, ou seja, vence o candidato que obtiver mais votos.

Mais de 7 mil colégios eleitorais em todo o país receberão os votantes, que terão de escolher apenas uma entre as duas cédulas disponíveis – uma de cada candidato -, colocar em um envelope e depositar na urna. As cédulas contêm o nome do candidato, a fotografia e a data da eleição. Serão considerados inválidos os votos que apresentem qualquer objeto estranho dentro do envelope, assim como envelopes com mais de uma cédula ou cédulas com algo escrito, por exemplo.

Os resultados devem começar a ser divulgados a partir das 21h e a Corte Eleitoral acredita que, por volta da meia-noite, terá a apuração completa.

Por Marieta Cazarré – Repórter da Agência Brasil  Montevidéu

EBC

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