Vítima de feminicídio era obrigada pelo companheiro a comer fezes

Franciane e Gutemberg

Franciane e Gutemberg / Divulgação/ Polícia Civil

A Polícia Civil de Miracema revelou, nesta sexta-feira (8), novas informações sobre o feminicídio de Franciane Moisés Pedro, de 27 anos. Ela desapareceu no dia 3 de setembro, e a ossada da vítima foi encontrada no dia 25, em uma área de mata em Palma, no estado de Minas Gerais, que faz divisa com a cidade do Noroeste Fluminense. Entre os fatos mais recentes, colhidos em depoimentos, o delegado Gésner César Bruno relatou que Franciane era ameaçada e obrigada, pelo então companheiro Gutemberg Xavier Alves, de 43 anos, a comer fezes e a assistir a vídeos em que ele mantinha relações sexuais com outras mulheres. O homem é suspeito do crime e está foragido da Justiça.

Titular da 137ª Delegacia de Polícia (Miracema) e responsável pelas investigações, Gésner contou, ainda, que entrou com representação, no Ministério Público, para asfixiar financeiramente o suspeito, que prestou depoimento no dia 10 de outubro e está com um mandado de prisão preventiva em aberto.
— Eu representei, mas ainda não sei o resultado, pelo cancelamento das contas bancárias dele de que a gente tinha conhecimento. Pedi também, de maneira geral, que fosse oficiado ao Banco Central para que oficie seus demais bancos para ver se ele tem outras contas. Foi determinado o bloqueio de todas as contas e que ele fosse impedido de abrir outras. Tem a informação de que ele tinha um irmão deficiente, que, pelos depoimentos, ele maltratava, e ele ficava com o irmão porque pegava a pensão. Também representei pela suspensão temporária desse benefício, solicitando que a Promoção Social da Prefeitura averiguasse a situação do irmão, para que o benefício fique, de fato, com quem vai cuidar dele — detalhou o delegado, destacando que pediu, também, suspensão de quaisquer benefícios previdenciários que pudessem chegar ao Gutemberg.
Gésner contou que, antes de o corpo de Franciane ser encontrado e de ser expedido o mandado de prisão, Gutemberg foi até o município de São Fidélis, onde vendeu o carro em uma agência, no valor de R$ 30 mil. “Por enquanto, ele está com dinheiro para se manter, mas, uma hora, acaba. Se a gente conseguir asfixiá-lo financeiramente, o que ele vai fazer da vida?”, pontuou o delegado.
Quem tiver informações sobre o suspeito pode entrar em contato com a Polícia Civil por meio do Disque Denúncia, pelo número (22) 3822-1177.
Por: PAULA VIGNERON 
Folha 1

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