Um dia após sair da prisão, o ex-governador Anthony Garotinho (sem partido) usou as redes sociais para, novamente, atacar juízes, promotores e testemunhas do processo pelo qual é acusado, junto com a esposa Rosinha Garotinho (Patri), de receber propina para beneficiar a Odebrecht nas licitações das casas populares do Morar Feliz em Campos. No entanto, o político da Lapa ganhou uma nova preocupação depois que o desembargador Joaquim Domingos de Almeida Neto, da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), determinou a inclusão na pauta de julgamentos o recurso de Garotinho no desdobramento da operação Chequinho. O colegiado vai decidir se o político da Lapa terá de usar tornozeleira eletrônica, como foi determinado inicialmente pelo juiz Leonardo Cajueiro, da 2ª Vara Criminal de Campos.
Na transmissão ao vivo pelo Facebook, o ex-governador voltou a falar que é vítima de uma perseguição política por parte do judiciário e do Ministério Público após denunciar Sérgio Cabral. Além disso, Garotinho afirmou que pessoas ligadas ao processo têm ligação com a Prefeitura de Campos.
Anthony e Rosinha Garotinho foram presos na última quarta-feira, no Rio de Janeiro. A 2ª Câmara Criminal do TJRJ determinou o encarceramento do casal ao analisar o pedido feito pelo Ministério Público, que apresentou o depoimento de uma testemunha que diz ser ameaçada de morte.
No entanto, a defesa dos políticos recorreram ao Supremo Tribunal Federal (STF) e o ministro Gilmar Mendes determinou a soltura dos dois na última quinta-feira. Gilmar também determinou uma série de medidas restritivas aos ex-governadores, como proibição de contato telefônico, pessoal ou por qualquer meio eletrônico e de transmissão de dados com as testemunhas e corréus, até o encerramento da instrução criminal; proibição de sair do país sem a autorização do juízo de primeira instância, devendo os passaportes serem entregues por seus advogados; e comparecimento mensal ao juízo até o quinto dia útil de cada mês com prova de residência.
O casal chegou a ser preso no último dia 3 de setembro dentro do mesmo processo, durante a operação Secretus Domus, deflagrada pelo Ministério Público estadual. A ordem foi do juiz Glicério Angiolis da Silva, da 2ª Vara Criminal de Campos. Porém, os dois conseguiram habeas corpus com o desembargador Siro Darlan, que estava no plantão judiciário, e saíram da cadeia na madrugada do dia seguinte.