Fugitivo da “Lava a Jato””Rei Arthur”, após ser preso, é posto em liberdade após entregar documentação nos EUA

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Bahia.Ba

O empresário Arthur Soares, conhecido como “Rei Arthur”, foi posto em liberdade no início da noite desta sexta-feira (25) depois de ser preso em Miami, nos Estados Unidos. Ele é considerado foragido pela força-tarefa da operação Lava Jato e acusado de participar de esquema para compra de votos na eleição do Rio de Janeiro para sede da Olimpíada de 2016. O nome do brasileiro constava na lista de procurados internacionais da Interpol, mas ele vive com tranquilidade no país norte-americano.
De acordo com o jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo, Arthur foi detido pelo Departamento de Imigração dos Estados Unidos por ter faltado um documento para a renovação de seu visto. Os advogados do empresários entregaram toda a documentação necessária e ele foi liberado.
“Rei Arthur” ganhou o apelido por ganhar os maiores contratos com o Estado do Rio de Janeiro durante a gestão do ex-governador Sérgio Cabral (MDB), preso em Bangu e condenado a mais de 200 anos de prisão por corrupção. No entanto, em depoimento ao juiz federal Marcelo Bretas, em julho, Cabral apontou a proximidade entre o empresário e o também ex-governador Anthony Garotinho (sem partido).
Segundo o ex-governador, Arthur começou a aparecer durante o governo de Marcelo Alencar. Porém, somente no governo Anthony Garotinho, quando Cabral era presidente da Assembleia Legislativa, que o empresário passou a ter uma posição de destaque na articulação entre políticos e outros empresários prestadores de serviços.
De acordo com Cabral, a ligação era feita pelo então chefe da Casa Civil de Garotinho, Jonas Lopes, que depois se tornaria conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE). “Desde então tive uma relação mais estreita com o Arthur Soares. Nessa época, ele já era muito grande. Era o interlocutor do governo Garotinho e prestava serviços também no senado”, explicou Cabral, que completou:
— No governo Garotinho, ele (Arthur) passa a ser um colaborador e tem um convívio muito mais íntimo com o Jonas Lopes. Ele passou a organizar os prestadores de serviços, organizar as licitações. No meu governo não foi diferente. Ele coordenava os prestadores de serviços.
Também em depoimento a Bretas, em agosto de 2018, o ex-secretário estadual de Saúde na gestão Cabral, Sérgio Côrtes, disse que o “esquema” com Arthur vinha desde o governo Rosinha Garotinho. “O contato dele (Arthur Soares) era com o ex-governador Garotinho. Ele (Arthur) me falou que tinha acordos. (Garotinho) Não era o governador na época, mas as conversas do Arthur eram com o governador (Garotinho)”, relatou.
Em junho de 2019, o jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo, publicou em seu blog que “Rei Arthur” estaria negociando uma delação premiada. Segundo o jornalista, um dos alvos da delação é Garotinho. De acordo com a publicação, com base nas declarações do empresário, Garotinho teria o chamado no Palácio Laranjeiras porque “estava com dificuldade em guardar dinheiro”, uma vez que “a propina seria paga em espécie”.
O jornalista diz, ainda, que o ex-governador teria pedido para que Arthur guardasse cerca de R$ 10 milhões, entregues em três malas. O empresário está foragido da Justiça em Miami, nos Estados Unidos. A publicação diz, também, que a delação teria 55 anexos e aponta Arthur como o maior fornecedor de serviços de vários governos do Rio de Janeiro e teria “destrinchado negócios com três ex-governadores”: Garotinho, Rosinha e Cabral.
Olimpíada – Em depoimento em julho deste ano, Sérgio Cabral admitiu que comprou por US$ 2 milhões os votos que garantiram a escolha do Rio como sede da Olimpíada de 2016.
No processo, Cabral é acusado pelo Ministério Público Federal de envolvimento em um suposto esquema de compra de votos no Comitê Olímpico Internacional (COI).
Os investigadores querem saber se houve fraude na eleição do Rio para receber os Jogos Olímpicos. Arthur Soares é um dos denunciados por corrupção devido à suspeita da compra de votos.
Lamine Diack e o filho dele, Papa, são acusados de intermediar o pagamento deste dinheiro.
Durante os dois mandatos de Cabral, Arthur Soares chegou a ter R$ 3 bilhões em contratos com o governo. Suas empresas prestavam serviços a pelo menos 10 secretarias estaduais.
Segundo os procuradores, em troca das vantagens para as suas empresas, Arthur Soares fez pagamentos indevidos a diferentes pessoas da organização criminosa comandada pelo ex-governador, tanto no Brasil como no exterior.
Prisão – A defesa de Arthur Soares disse, anteriormente, que empresário foi equivocadamente detido por não portar a documentação necessária para renovação do seu visto. “Ressaltamos que as providências burocráticas já foram tomadas e que Arthur será liberado, dada a sua regular situação naquele país”.
Por: Folha 1

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