Defesa diz que Janot só deve depor após obter mais detalhes de inquérito
Casa e escritório do ex-PGR foram alvo de mandados de busca e
apreensão na última sexta-feira (27). Arma, munições, celular e tablet de
Janot foram apreendidos.
O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot só deve prestar depoimento à Polícia Federal após obter mais detalhes sobre as investigações contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF). É o que afirma o advogado de Janot, Bruno Salles.
Nesta segunda-feira (30), o advogado pediu acesso ao inquérito que apura ofensas ao tribunal para saber o que motivou os mandados de busca e apreensão cumpridos na última sexta-feira (27) na casa e no escritório do ex-PGR.
Somente após ter acesso ao inquérito, a defesa marcará o depoimento de Janot à Polícia Federal. Na sexta, durante a ação policial, Janot preferiu não depor e se comprometeu a agendar o depoimento posteriormente.
“Só após deliberaremos quais medidas deverão ser adotadas”, afirmou o advogado de Janot. Após ter acesso aos dados do inquérito, a defesa poderá pedir, por exemplo, a devolução dos equipamentos de Janot e recorrer ao plenário do STF.
A operação foi autorizada pelo relator do inquérito, o ministro Alexandre de Moraes. O inquérito tramita em sigilo.
Moraes tomou as decisões um dia após a divulgação de entrevistas nas quais Janot afirma que, antes de deixar o cargo em 2017, foi armado ao STF com intenção de matar o ministro Gilmar Mendes.
Sobre as declarações dadas por Janot, a defesa afirma que não configuram crime. “Por ora, a única coisa que podemos dizer é que as declarações não configuram qualquer ilícito penal”, disse o advogado.
Por Mariana Oliveira, TV Globo — Brasília