Chineses de olho no álcool de Campos para exportar pelo Porto do Açu
Os chineses estão de olho no etanol produzido em Campos. Na última sexta-feira (13), o prefeito Rafael Diniz (Cidadania) e secretários receberam representantes da Sinochem, um dos quatro tentáculos estatais da China que atuam no setor de petróleo brasileiro. A Prefeitura havia informado, apenas, que a comitiva veio em busca de informações com vistas a possíveis investimentos no município. No Folha no Ar dessa segunda-feira (16), o superintendente de Ciência, Tecnologia e Inovação de Campos, Romeu e Silva Neto, que esteve no encontro, revelou que a perspectiva é levar o álcool produzido no município para a Ásia.
Desenvolvimento
A comitiva da Sinochem informou que a partir do próximo ano a estatal vai misturar 10% do álcool na gasolina que é vendida na China. Segundo Romeu, os representantes da empresa “vieram prospectar a possibilidade de produzir etanol em Campos e exportar pelo Porto do Açu”. A proximidade com o porto, que fica em São João da Barra, seria um diferencial para outras cidades que produzem o biocombustível. Para Romeu, caso a negociação se concretize, seria uma nova oportunidade de desenvolvimento para Campos.
Foco no etanol
No mês passado, a colunista do Estadão Sonia Racy falou sobre as discussões na China para mistura do etanol na gasolina, com o objetivo de melhorar a qualidade do ar nas grandes cidades. Ela observou que o Brasil “produz e consome, atualmente, algo como 30 bilhões de litros de etanol por ano. Com 10% de mistura, a China responderia por uma demanda extra mundial de 15 bilhões de litros”. Campos já vem, há alguns anos, focando na produção de etanol. A Canabrava somente produz álcool, enquanto a da Cooperativa Agroindustrial do Estado do Rio de Janeiro (Coagro) direciona 85% de sua cana para produzir etanol.
Projeto
Campos precisa de inovações e incentivos no setor sucroalcooleiro. Um projeto de irrigação para a lavoura canavieira é o mais esperado pelo setor. O estudo já está pronto, montado por técnicos de universidades, órgãos de pesquisa, associações e sindicatos e vai ser apresentado ao governador Wilson Witzel (PSC) nos próximos dias. Em maio, quando participou de um evento na Coagro, ele anunciou recursos da ordem de R$ 30 milhões para o projeto. Outro sinal de retoma-da do setor no município foi a notícia que a Folha trouxe domingo, com a Coagro e o Grupo MPE arrendando 6 mil hectares de terra do Grupo Othon.
Consórcio
A partir da adesão ao Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento do Norte e Noroeste Fluminense (Cidennf), o município de São Francisco de Itabapoana foi contemplado com um projeto técnico de manutenção e recuperação de estradas vicinais utilizadas para o escoamento da produção. O trabalho foi desenvolvido e será supervisionado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio de Janeiro (Emater-RJ), que apresentou detalhes das ações à prefeita Francimara Barbosa Lemos (PSB), secretários e vereadores. O encontro aconteceu na manhã da última sexta-feira, na sala de reuniões da Prefeitura.
Máquinas
Os serviços, que serão feitos com cinco veículos especializados, estão previstos para começar na próxima semana. As máquinas designadas para o trabalho em São Francisco do Itabapoana já estão disponíveis e haverá um treinamento para os operadores, a fim de dar início aos trabalhos o mais rápido possível. O investimento é de R$ 223.627,12. Ao todo, serão recuperados 101,6 quilômetros de estradas vicinais, em uma área com quase quatro mil produtores e cerca de 5.200 habitantes, segundo a Emater-Rio. A instituição disse que desenvolverá uma cartilha para orientar os moradores das regiões beneficiadas.
Cadeiras
A Câmara de Quissamã já votou o projeto que altera o número de cadeiras na Casa de nove para 11, conforme trouxe a capa da edição desse domingo da Folha. A mesma edição, na página 3, trouxe a informação equivocada de que o jornal não tinha conseguido contato com o presidente do Legislativo quissamaense, Luciano Pessanha (PRB). Na verdade, como consta na Folha 1 desde domingo, Luciano explicou que o projeto já foi aprovado no município em 2018, com votos favoráveis de oito parlamentares, sendo contrário apenas Marquinhos Marikita (DEM).
Por: Arnaldo Neto
Folha 1