Explosão em embaixada dos EUA em Cabul acende alerta em meio a crise com Talibã

Nuvem de fumaça sobre Cabul após explosão de projétil na embaixada dos EUA no Afeganistão — Foto: Cara Anna/AP Photo

Nuvem de fumaça sobre Cabul após explosão de projétil na embaixada dos EUA no Afeganistão — Foto: Cara Anna/AP Photo

O ataque ocorre um dia depois de o presidente norte-americano, Donald Trumpromper de vez as conversas com o grupo extremista Talibã, em que tentaria chegar a um projeto de paz com o governo afegão apoiado pela Casa Branca (leia mais no fim da reportagem).

No domingo, o Talibã ameaçou os Estados Unidos após Trump cancelar a reunião. Em comunicado, o porta-voz do grupo disse que os norte-americanos “vão sofrer mais do que ninguém, toda sua credibilidade se verá minada”. “As perdas humanas e financeiras aumentarão.” Ninguém, no entanto, assumiu a responsabilidade pelo ataque.

Além disso, nesta quarta-feira, os atentados de 11 de Setembro de 2001 completam 18 anos, o que deve reforçar o alerta das autoridades norte-americanas no Afeganistão e em outras partes do mundo.

Mulher passa em frente a um local onde antes do Talibã havia uma estátua gigante de Buda em Bamiyan — Foto: Shah Marai/AFP

Mulher passa em frente a um local onde antes do Talibã havia uma estátua gigante de Buda em Bamiyan — Foto: Shah Marai/AFP

A representação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que fica perto da embaixada dos EUA, também foi alertada. A aliança confirmou que nenhum funcionário se feriu na explosão.

EUA rompem diálogo com Talibã

Donald Trump, presidente dos EUA, em cerimônia na Casa Branca para homenagear civis e policiais que socorreram vítimas de atentados no Texas — Foto: Erin Scott/Reuters

Donald Trump, presidente dos EUA, em cerimônia na Casa Branca para homenagear civis e policiais que socorreram vítimas de atentados no Texas — Foto: Erin Scott/Reuters

Por cerca de um ano, os Estados Unidos iniciaram uma mesa de diálogo com o Talibã e o governo do Afeganistão para cessar o conflito que se arrasta há mais de uma década no país. As conversas, entretanto, encerraram-se abruptamente.

Trump cancelou uma conversa – que seria secreta – após um atentado em Cabul resultar na morte de um militar norte-americano.

“Que tipo de pessoas matam tanta gente para conseguir uma aparente vantagem nas negociações? Fracassaram. Só conseguiram piorar as coisas!”, tuitou o presidente.

“Se são incapazes de aceitar um cessar-fogo durante estas negociações de paz tão importantes, e estão, inclusive, dispostos a matar 12 inocentes, é porque, provavelmente, não têm capacidade de negociar um acordo significativo. Por quantas décadas querem continuar combatendo?”, questionou.

Familiares se emocionam em memorial de 11 de Setembro, onde os nomes das vítimas estão gravados em volta de uma fonte de água, durante memorial dos 15 anos do ataque em 2016 — Foto: Todd Heisler/AP

Familiares se emocionam em memorial de 11 de Setembro, onde os nomes das vítimas estão gravados em volta de uma fonte de água, durante memorial dos 15 anos do ataque em 2016 — Foto: Todd Heisler/AP

O 11 de Setembro é considerado um dia sensível nas relações EUA–Afeganistão, principalmente em Cabul. Após o atentado em 2001, uma coalizão liderada pelos norte-americanos derrubou o Talibã, que controlava o país asiático e encobria o terrorista Osama Bin Laden, líder da Al-Qaeda e articulador dos ataques.

Em quase 18 anos, o número de militares dos EUA no Afeganistão chegou a atingir 100 mil. Esse contingente passou a cair após a morte de Bin Laden no Paquistão, em 2011.

Hoje, cerca de 14 mil militares permanecem no Afeganistão. Trump pretende retirá-los de lá por considerar o longo período da operação e pelo montante de dólares gastos.

Por G1

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