Queimada de cana destrói propriedade rural em Campos

Guilherme contou que a área de 20 alqueires de terra ficou destruída amargando um prejuízo estimado em R$ 40 mil. “Atearam fogo em um horário indevido e acabou se alastrando a ponto de queimar o pasto todo, as estacas e arames que cercavam a propriedade. Infelizmente ninguém se responsabiliza por esse incêndio. Vou requerer os meus direitos judicialmente na tentativa de ser ressarcido por esse prejuízo e para que essa prática criminosa seja inibida”, disse.

Na propriedade, o funcionário Igor Ferreira, de 35 anos, contou que são constantes os incêndios ocorridos nas propriedades da região. “Na segunda-feira (19) cheguei para trabalhar e encontrei a propriedade desse jeito. Ainda era possível ver a fumaça na linha férrea. São 400 estacas destruídas, o arame após passar por aquecimento apodrece, sem contar o prejuízo com a mão de obra. O dia de serviço de um pião custa R$ 70, imagina que seis homens trabalhem para a construção de toda cerca, que não fica pronta em dias. Infelizmente a queimada de cana de açúcar são frequentes, já salvei muito pasto assim. A pessoa coloca fogo na vegetação, sai e nós que arcamos com o prejuízo. Às vezes, dá tempo de conter o fogo, mas dessa vez não foi possível. Também tem a questão ambiental. Agora é esperar, a natureza se refaz”, lamentou.

Em Guaxindiba, as chamas começaram por volta de 20h de quinta-feira e foram cessadas depois de 24 horas. Na ocasião, a secretária de Meio Ambiente e Defesa Civil, Luciana Landim Soffiati, informou que, aproximadamente, 30 homens, entre funcionários da secretaria, funcionários da Estação Ecológica e voluntários trabalharam para apagar as chamas. O Corpo de Bombeiros de Campos também atuou no local. O incêndio teria sido provocado por um senhor que colocou fogo na plantação de cana, numa área muito próxima a reserva.

Saiba – Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Brasil registrou 74.155 focos de incêndio desde o início do ano até o dia 20 de agosto, em 2019, o equivalente a um aumento de mais de 80% em comparação a igual período do ano passado. O total de focos de incêndio é o maior nos últimos sete anos.

O Código Florestal (Lei nº 12.651/2012) proíbe o uso de fogo na vegetação, exceto em alguns casos e com apresentação de uma justificativa de seu emprego ou em atividades de pesquisa científica. Para denunciar, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) disponibiliza uma linha de telefone chamada “Linha Verde” (0800 61 8080) para denúncias de focos de incêndio. Também é possível denunciar incêndios, sejam eles urbanos ou em áreas de mata, aos órgãos ambientais municipais, aos bombeiros, Polícia Militar ou Civil e até mesmo a Defesa Civil.

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