Vítimas e testemunhas ouvidas sobre sequestro Cristiano Tinoco e esposa

 

Prisão do empresário José Maurício Júnior
Prisão do empresário José Maurício Júnior / Verônica Nascimento
Testemunhas indicadas pela defesa e acusação foram ouvidas, nesta quinta (22), sobre o sequestro do empresário Cristiano Tinoco e sua esposa Taís Rodrigues. As vítimas também prestaram depoimento, no início do procedimento, e deram detalhes do dia do crime. Desde janeiro deste ano, cinco pessoas estão presas preventivamente por suspeita de envolvimento no crime, entre elas, José Maurício Ferreira dos Santos Júnior, que era amigo e frequentava a casa das vítimas e foi apontado como mentor intelectual de crime. Os réus deverão ser interrogados em nova audiência ainda sem data definida.
A vítima Taís Rodrigues, a primeira a falar, contou em juízo o que aconteceu no dia do crime, as ameaças sofridas e os reflexos do trauma que ainda permanecem. “Até hoje meus filhos não sabem o que aconteceu, não quero que eles fiquem com medo de morar na nossa casa, porque até hoje eu tenho”, afirmou com lágrima nos olhos. O marido dela, que também ficou emocionado durante trechos do depoimento, afirmou que durante a ação, os dois homens, identificados como Marven Batista e André Monteiro, ameaçavam matar toda a família caso eles procurassem a Polícia para denunciar o crime.
Também foram ouvidos policiais civis e o delegado responsável pelo caso, Pedro Emílio Braga, que esclareceram detalhes da investigação. O pai, a esposa e o dono da empresa onde José Maurício trabalhava, que foram indicados pela defesa, afirmaram que o réu não tinha problemas financeiras ou motivos para cometer o crime.
Crime – No dia 3 de dezembro, Cristiano foi abordado por um homem armado, por volta das 16h, no pátio da secretaria de Obras de Campos. Outro homem entrou no carro em posto de gasolina próximo ao local e ele foi levado para sua casa, em condomínio de luxo no Parque Rodoviário, onde permaneceu com os criminosos por cerca de três horas. Sua esposa que chegou ao local perto das 18h e também foi mantida refém até o pagamento de uma quantia de cerca R$ 200 mil, que foi pago após o dinheiro ser emprestado por um amigo da vítima.
O trabalho de investigação chegou primeiro a Carlos José Gonçalves do Espírito Santo, o Cacá, detido em Grussaí, no dia 3 de janeiro, que teria dado cobertura ao crime e seguido o veículo de Cristiano após ele ser rendido. Por causa das ligações realizadas pelo suspeito, a Polícia chegou a Marven Chagas Batista, que foi reconhecido por foto pelas vítimas. Ele foi preso em Feira de Santana, na Bahia, após uma ação que envolveu policiais de quatro estados. Marvem apontou José Maurício como mentor do sequestro, que teria passado informações sobre a rotina da vítima. A suspeita sobre o empreiteiro começou a partir de uma pergunta feita a Cristiano sobre um relógio Rolex, depois repetida por um dos bandidos na ação.
No dia 24 de janeiro, a operação Avaritia levou à prisão o empresário José Maurício Ferreira dos Santos Júnior, que frequentava a casa e era amigo de Cristiano Tinoco e da esposa. Além de José Maurício, mais dois suspeitos foram presos no mesmo dia: Junio Santos da Costa, que teria intermediado o contato entre José Maurício e Marven, e André Ângelo Monteiro, conhecido como Cabeça, que seria o segundo homem que entrou na casa das vítimas, que também foi reconhecido por foto e depois em sede policial.
Folha 1

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