Vale anuncia início de dragagem para retirar lama do Rio Paraopeba
“Todas as ações realizadas no rio contam com um plano de monitoramento previamente validado pelos órgãos ambientais e diariamente reportado a eles. Para o processo de dragagem foram instalados oito pontos de monitoramento de água e sedimentos na área de influência da atividade”, informou a Vale em nota.
Em junho, a mineradora já havia divulgado detalhes do plano de recuperação ambiental e de remoção dos rejeitos da área atingida pela tragédia. Ele traz, além da retirada da lama, uma lista de obras e intervenções para garantir a segurança de estruturas remanescentes na Mina Córrego do Feijão. Para levar adiante todas as medidas previstas, foi anunciado um aporte de R$1,8 bilhão até 2023.
Estima-se que a barragem armazenava 11,7 milhões de metros cúbicos de rejeitos. Mais da metade desse volume teria ficado depositado, segundo a mineradora, nos 10 quilômetros que separavam a estrutura do Rio Paraopeba. Neste primeiro trecho, onde o escoamento da lama se deu principalmente pelo Ribeirão Ferro-Carvão, cerca de 750 mil metros cúbicos de rejeito já foram removidos. Também estão em curso ações para evitar que a lama espalhada nessa área continue a ser carreada para o Rio Paraopeba.
O plano apresentado em junho pela Vale leva em conta ainda outros dois trechos. O segundo, que vai do local onde o Ribeirão Ferro-Carvão encontra o Rio Paraopeba até o município de Juatuba (MG), é exatamente onde a dragagem ocorrerá. Já o terceiro vai até a Usina Hidrelétrica de Retiro Baixo, no município de Pompéu (MG). Neste trecho, as ações terão como objetivo reduzir o carreamento dos rejeitos mais finos ao longo do curso do Rio Paraopeba.
Tratamento
Na dragagem, a água será bombeada por tubulação para bolsas geotêxteis. Nelas, o rejeito é retido e a água atravessa por pequenos poros, sendo submetida na sequência aos processos de precipitação, filtragem e adsorção química. Esses procedimentos têm como objetivo separar os pequenos sólidos que podem ter passado pelos poros.
Em seguida, uma Estação de Tratamento de Água Fluvial (ETAF) implantada pela Vale permitirá reduzir a turbidez da água antes de devolvê-la ao Rio Paraopeba. A ETAF Lajinha, como foi batizada, tem capacidade para tratar 2,25 milhões de litros por hora e 54 milhões de litros por dia.
Por Leo Rodrigues – Repórter da Agência Brasil Brasília
EBC