Cremerj entra com ação no MP contra gestores de Campos
A reação de representantes da Prefeitura à greve dos médicos gerou uma ação no Ministério Público Estadual. O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) publicou, nessa quinta-feira (9), uma nota oficial, assinada pelo presidente do órgão, Sylvio Provisano, informando que entrou com uma ação por dano moral coletivo “contra gestores de Campos dos Goytacazes por ofensas proferidas aos médicos da cidade” e, ainda, com uma representação por improbidade administrativa contra os mesmos gestores. A Prefeitura informou que ainda não foi notificada sobre o caso.
Com a representação e a ação, o Cremerj pede que o Ministério Público tome as “providências necessárias para manutenção da moralidade administrativa”. A Folha da Manhã também recebeu informação de que, além dessas ações, o Cremerj teria registrado uma queixa-crime contra alguém ligado ao governo municipal pela utilização de fake news, para difundir falsas notícias relacionadas à categoria.
Segundo a nota do Cremerj, “textos relatam que um representante da Prefeitura veiculou conteúdo ofensivo à classe médica, especialmente aos médicos vinculados à Prefeitura de Campos, atrelando os fatos à implantação do ponto biométrico”. O conteúdo publicado ainda sugere que os médicos recebem altos salários e não têm comprometimento com o exercício profissional nem com a população. Além disso, a publicação dá a entender que os médicos da rede pública ganham salários elevados e, como até então não havia ponto biométrico, deixavam de comparecer às unidades públicas para atender em consultórios particulares.
Segundo o Cremerj, “a grave denúncia não possui nenhum embasamento e ainda distorce uma reportagem do G1 que fala sobre a mobilização da categoria médica por melhorias na assistência da população, na prática do ato médico, além da regularização do pagamento das gratificações. O conteúdo publicado pelo representante da Prefeitura também faz uma analogia ao movimento dos médicos de Campos, que é legítimo e apoiado pelo Conselho e pelo Sindicato dos Médicos da região, à informação falsa de que o fato foi motivado por conta da instalação do ponto biométrico”.
A Folha entrou em contato com a Prefeitura, para saber o posicionamento sobre os gestores em questão. Em nota, a Prefeitura respondeu que nem a Procuradoria Geral do Município nem a secretaria de Saúde foram notificadas sobre o caso.
“A Prefeitura de Campos reafirma que sempre respeitou a classe médica e mantém o diálogo aberto para ouvir as demandas dos profissionais da área. Os gestores municipais se reuniram diversas vezes com a classe e, em nenhum momento, houve algum capítulo de desrespeito por ambas as partes. Vale ressaltar que diversos investimentos estão sendo realizados pela Prefeitura de Campos tanto nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), bem como, nas UPHs e hospitais municipais. Nos dois últimos meses, foram entregues mobílias e equipamentos médicos para mais de 15 unidades de saúde. Uma licitação para aquisição de 40 novas ambulâncias está em fase final de conclusão. Na última sexta-feira, foram entregues três ambulâncias zero quilômetro”.
Por: VERÔNICA NASCIMENTO
Folha 1