Sindicato dos Médicos confirma greve da categoria a partir desta quarta

Médicos se reúnem em frente ao HFM

O Sindicato dos Médicos de Campos (Simec) confirmou que a categoria está em greve a partir desta quarta-feira (7). A informação foi repassada pelo presidente da entidade, José Roberto Crespo de Souza. Profissionais da Saúde se reuniram nesta manhã, em frente ao Hospital Ferreira Machado. Com a greve, as consultas ambulatoriais previamente agendadas estão suspensas e apenas casos de emergência serão atendidos nas unidades do município.
O presidente do sindicato explicou que triagens e atendimentos emergenciais vão funcionar de acordo com cada equipe. “Emergência não pode fechar. Quem precisar de atendimento, que não seja caso de emergência, precisará ir a uma unidade que funcione 24 horas. Se for caso ambulatorial, vai ter que remarcar a consulta”, afirmou.
Segundo José Roberto, as reivindicações da categoria já foram encaminhadas à secretaria municipal de Saúde, à Promotoria, à Defensoria e ao Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj).
— Estamos com falta de condição de trabalho nos ambientes, com estrutura completamente deficitária, falta de materiais e medicamentos e houve a suspensão de pagamento das gratificações no último mês. Na véspera do pagamento, foi suspensa a gratificação — detalhou o presidente.
Médicos se reúnem em frente ao HFM
O presidente do sindicato disse que os médicos puxaram a greve, mas que a greve é da Saúde, com adesão das demais categorias de nível superior e atingindo todos os profissionais. Ele diz que há dificuldades de leitos nos hospitais contratualizados, que perderam leitos de clínica médica, e nos hospitais públicos as macas, que já lotavam os corredores, hoje lotam até as recepções. Ele destacou que esse é um dos problemas que exemplificam a atual falta de estrutura da Saúde e que justificam a principal reivindicação, que é a de condições dignas de trabalho.
José Roberto afirmou que o secretário de Saúde, Abdu Neme, em função do decreto que citou em vídeo, perdeu a gerência em situações simples, como a substituição de médicos e férias, entre outras relacionadas a direcionamento de pessoal, que, atualmente, só podem ser definidas pela secretaria de Gestão ou Fazenda ou Procuradoria.
Pediatra da Unidade Pré-Hospitalar de Guarus, o médico Luis Alberto Mussa declarou que a situação é precária e vem piorando com o passar do tempo.
— É uma dificuldade muito grande para a execução adequada do nosso trabalho. Essa realidade é quase uniforme em todas as unidades hospitalares. Tem dias sem pediatras, dias sem clínicos, dias sem ambos, dias sem material, dias sem medicamento básico. Você escolhe qual é a falta do dia e elas vão se repetindo, se revezando, tornando o trabalho cada vez mais difícil. Isso vem se repetindo nas últimas décadas, mas eu nunca vi uma crise de tamanha proporção — disse.
Delegado Sindicato dos Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais no Estado do Rio de Janeiro (Sinfito/RJ), o fisioterapeuta Rubem Antônio de Moura Júnior ressaltou que a demanda é de todas as categorias de nível superior da área da Saúde:
— Cada categoria tem uma demanda específica: enfermagem, terapia, fisioterapia, nutrição, administração etc. Não temos qualidade de atendimento, não temos condições de trabalho, quer seja material humano, insumos dentro das unidades. A briga não é por algo direcionado a algum setor específico. É geral.
Por meio de nota, a Prefeitura de Campos informou que, com recursos próprios e emendas parlamentares, vem “reequipando diversas Unidades Básicas de Saúde (UBS), Unidades Pré-Hospitalares (UPH) e os dois hospitais (Ferreira Machado e Geral de Guarus), além de repassar cerca de R$ 8 milhões por mês aos hospitais contratualizados. Quanto ao ponto dos plantonistas, a Prefeitura estabeleceu uma nova regra que consta na Portaria 23 publicada nas edições do Diário Oficial dos dias 2 e 7 de agosto de 2019”.
Ainda em nota, a administração municipal destacou que “não mede esforços para regularizar o quanto antes o pagamento das gratificações. Com relação às consultas marcadas para este período, serão remarcadas posteriormente”.
POR: VERÔNICA NASCIMENTO
Folha 1

Deixe uma resposta