Preso ontem pela Polícia Federal, o doleiro Dario Messer, tinha em seu poder, maços de dinheiro e identidade falsa
Messer utilizava nome falso de Marcelo Freitas Batalha. Ele estava
escondido em uma casa de uma amiga em São Paulo. Doleiro dormiu na
superintendência da PF e aguarda transferência para presídio.
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Doleiro utilizava identidade falsa de Marcelo de Freitas Batalha — Foto: Reprodução
Messer foi detido às 16h40 nos Jardins, bairro nobre da capital paulista. Segundo a Polícia Federal, ele estava no apartamento de uma amiga. De lá, o doleiro foi levado para o Aeroporto de Congonhas, de onde embarcou para o Rio.
Ele dormiu na Superintendência da PF, na Zona Portuária da cidade, e aguarda transferência para o complexo penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio.
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Mala com dinheiro também foi encontrada no local onde Dario Messer estava escondido em São Paulo — Foto: Reprodução
O doleiro estava foragido desde maio de 2018, quando foi deflagrada a Operação Câmbio Desligo, desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro.
A investigação descobriu que doleiros movimentaram US$ 1,6 bi em 52 países. Dario Messer era o principal alvo.
Essa é a primeira vez que Dario Messer é preso. O doleiro responde a inquéritos policiais desde o fim dos anos de 1980. Durante esse período, Messer movimentou dinheiro de forma suspeita de políticos, empresários e criminosos.
De acordo com o Ministério Público Federal, Dario Messer, juntamente com os colaboradores Tony e Juca Bala, desenvolveu uma complexa rede de câmbio paralelo baseada inicialmente no Brasil e, posteriormente, no Uruguai.
Essa complexa rede de doleiros foi utilizada pelo ex-governador Sérgio Cabral, através dos irmãos doleiros Renato e Marcelo Chebar, para enviar recursos ao exterior.
Foragido na casa de amiga
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Dario Messer logo após ser preso na tarde desta quarta-feira (31) em São Paulo — Foto: Divulgação
A inteligência da PF descobriu que o doleiro estava em São Paulo no apartamento de uma amiga, Mary Oliveira Athayde. Foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.
De acordo com as investigações, Messer vivia entre São Paulo e a tríplice fronteira no Paraguai.
“A Operação Câmbio Desligo atingiu o braço financeiro das organizações criminosas que dilapidam permanentemente o erário. A prisão de Dario Messer é mais um passo para alcançar a sua desestabilização, retirando do convívio público o cérebro dos doleiro”, disse o delegado Alexandre Bessa, que fez a prisão.
Na mira da PF há 30 anos.
Dario Messer está no radar da Polícia Federal há cerca de 30 anos, com citações em inquéritos policiais desde o fim dos anos 1980.
Já naquela época, o doleiro aparecia como operador de personalidades como o então patrono da Escola de Samba Salgueiro, Waldomiro Paes Garcia, o Miro.
Há 15 anos, a Comissão Parlamentar de Inquérito do Banestado também esbarrou em Messer. Na ocasião, foi descoberta uma movimentação de forma irregular de R$ 8 bilhões, entre 1996 e 2002 ligada ao doleiro. Na ocasião, foi pedido o indiciamento do doleiro que sequer foi preso.
já no escândalo do Mensalão, a PF apontou o doleiro como o responsável por enviar US$ 1 bilhão de forma irregular para o exterior e depositar o valor equivalente em reais em contas para integrantes do PT no Banco Rural.
Dario Messer também apareceu no caso Swissleaks como proprietário de uma offshore no Panamá.
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Dario Messer quando foi preso nesta quinta (31) e em foto de arquivo — Foto: Reprodução/TV Globo
Por Arthur Guimarães, TV Globo