Polícia prende suspeitos de fraudar R$ 66 milhões em licitações da Fundação Leão XIII

Flávio Salomão Chadud e Marcelle Braga Chadud são considerados cabeças do esquema.

A Polícia Civil afirma haver indícios de que a Fundação Leão XIII, que presta assistência a pessoas de baixa renda por meio de programas sociais e de apoio à saúde, firmou contratos no valor de R$ 66 milhões sem fornecer os serviços à população.

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Entre 2015 e 2018, quatro licitações foram realizadas para adquirir 560 mil armações de óculos, 560 mil consultas oftalmológicas e 560 mil exames de glicemia.

De acordo com a delegada Patrícia Alemany, chefe do Departamento Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro, o que chamou a atenção dos investigadores foi a falta de estrutura da fundação para oferecer o que foi adquirido.

Flávio Salomão Chadud e Marcelle Braga Chadud (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Nesta terça-feira (30), sete pessoas, incluindo um servidor do orgão, foram presas: o casal Flávio Salomão Chadud e Marcelle Braga Chadud (considerados cabeças do esquema), Bruno Campos Selem, Daisy Luce Reis Couto, Marcus Vinicius Azevedo da Silva, Vitor Alves da Silva Júnior e André Brandão Ferreira (servidor da Fundação Leão XIII que atuou como pregoeiro nos contratos fraudados).

Todos os suspeitos são acusados de associação criminosa, falsidade ideológica e fraudes licitatórias contra administração pública.

Além disso, 19 mandados de busca e apreensão foram cumpridos.

A Operação Catarata foi desencadeada após a Controladoria Geral do Estado apontar que as empresas Tercebrás Serviços Eirelli, Grupo Galeno Distribuidora de Material Médico Hospitalar LTDA e Riomix 10 Serviços, participaram de procedimentos licitatórios fraudulentos.

Elas concorriam para dar a aparência de legalidade, mas a empresa Servilog Rio Consultoria e Assessoria Empresarial LTDA sempre saía vencedora.

Segundo o controlador-geral Bernardo Barbosa, a CGE já identificou, em outros órgãos e secretárias do Estado, pelo menos, 15 licitações com irregularidades.

Procuradas, as empresas citadas ainda não se pronunciaram. Elas vão responder administrativamente e podem ser punidas com base na Lei Anticorrupção, em multa de até 20% de seu faturamento, com o teto de R$ 60 milhões.

Elas ainda podem ser declaradas inidôneas e ficarem proibidas de contratar com a Administração Pública. O bloqueio das contas dos investigados também foi decretado junto ao Banco Central.

Em nota, a Vice-Governadoria do Rio, responsável pela gestão da Fundação Leão XIII, informou que suspendeu todas as atividades que a Servlog prestava atualmente e que aguarda orientações da Controladoria e da Procuradoria Geral do Estado.

Por Michael Verisismo,

Band News

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