Flamengo assume risco e talvez vá na base da garra em busca de virada contra o Emelec
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O crescente investimento do Flamengo em seu futebol nos últimos anos ainda não tem se refletido em campanhas relevantes na Libertadores. Mesmo com um plantel quase todo renovado, e R$ 190 milhões em contratações em 2019, será na base da superação que o clube vai tentar mudar essa história hoje, às 21h30, diante do Emelec, em um Maracanã lotado.
Para evitar a segunda eliminação seguida nas oitavas de final, o time comandado por Jorge Jesus precisa vencer por três gols de diferença, após derrota no Equador por 2 a 0. O placar repetido leva a disputa para os pênaltis. Se vencer por 3 a 1, 4 a 2 e assim por diante, o Flamengo será eliminado pelo critério de gols marcados fora de casa.
Após recuperação acelerada de lesões, os meias Arrascaeta e Everton Ribeiro foram relacionados e vão para o sacrifício. O primeiro deve ficar no banco, e o segundo pode começar como titular. O treinador avisou que assumiria o risco se necessário.
Caso se classifique, será a primeira vez que o Flamengo avançará às quartas de final da competição sul-americana desde 2010. Nas oitavas, além da queda para o Cruzeiro no ano passado, o rubro-negro tem péssimas lembranças, com o Defensor, em 2007, e o América do México, em 2008, ambas no Maracanã.
Em tese, os tempos são outros. Ao longo da reestruturação financeira da última gestão, a receita bruta do futebol triplicou. Entre 2013 e 2017, a quantia pulou da casa dos R$ 150 milhões para quase R$ 500 milhões com a venda de Vinicius Júnior. E se aproximou dos R$ 400 milhões no ano passado, após a saída de Paquetá, conforme os balanços do clube.
Com menos dívidas e receita maior, o Flamengo vem montando times melhores e paga salários mais altos. A administração do presidente Rodolfo Landim assumiu este ano com o discurso de que o clube precisa disputar todos os títulos.
Everton Ribeiro e Arrascaeta ilustram bem essa subida de patamar. O primeiro foi trazido em 2017, por € 6 milhões, pouco depois de o clube acertar a venda de Vinicius Jr. O uruguaio chegou este ano por € 14 milhões, já contando com a receita de Paquetá que entraria no começo da temporada. A meta, prevista pelo clube, era formar um time no começo do ano.
No entanto, para manter a expectativa orçamentária, neste ano na casa dos R$ 750 milhões, seria necessário ir longe nas principais competições — considerando bilheterias estimadas em mais de R$ 100 milhões. A eliminação precoce na Copa do Brasil já reduziu essa perspectiva de arrecadação.
Outro dado que pesa contra as ambições do clube é que além dos vários desfalques — Diego, Vitinho, Rodrigo Caio e Lincoln —, o time, sob comando do português Jorge Jesus há pouco mais de um mês, ainda não tem o entrosamento ideal. Mas, diante de um jogo decisivo, as dificuldades acabam ficando em segundo plano.
— É uma decisão, um jogo que pode definir nossa situação na competição. Estamos encarando como o jogo mais importante que a gente tem nesta temporada — disse o lateral Rafinha, que deve ser titular novamente. — É com esse pensamento que vamos para o jogo, bem preparados para essa situação. Está em nossas mãos. Vamos com tudo.
Por: O Extra