Maioria das vítimas de incêndio na Kyoto Animation morreu no acesso ao telhado
Corpos de 19 das 33 pessoas foram encontrados na escada que dava acesso ao telhado do estúdio de animação, mas porta fechada impediu que escapassem.
Fumaça sai do prédio de três andares da Kyoto Animation, no oeste do Japão, nesta quinta-feira (18) — Foto: Kyodo News / via AP Photo
As autoridades acreditam que essas pessoas tenham tentado escapar para o telhado no meio da fumaça e das chamas, mas não conseguiram porque não puderam abrir a porta.
O incêndio no edifício dos estúdios de animação foi provocado por Shinji Aoba, de 41 anos. De acordo com a polícia, o homem, que sofre de transtornos mentais, acusou o estúdio de plagiar o seu trabalho. Ele sofreu queimaduras após cometer o incêndio, mas sobreviveu e foi detido. Ele já cumpriu pena por assaltar uma loja de conveniência e recebeu tratamento por problemas mentais, informou a rede de televisão pública japonesa NHK.
Fogo tomou conta de parte do prédio da Kyoto Animation — Foto: Kyodo / via Reuters
Além dos 19 cadáveres encontrados no acesso ao telhado, outros 11 foram localizados no segundo andar, dois no primeiro e mais um nos degraus que ligavam o segundo e o terceiro andar.
Incêndio
Segundo testemunhas, Shinji Aoba entrou no edifício gritando “Morram!”. Ele jogou um líquido inflamável, possivelmente gasolina, no edifício e ateou fogo. Na hora do ataque, cerca de 70 pessoas estavam no local. As chamas se espalharam rapidamente. Aoba sofreu queimaduras em seu corpo e foi detido a cerca de 100 metros do estúdio.
Além dos 33 mortos, há mais de 30 feridos.
Tradicional estúdio
A Kyoto Animation, mais conhecida como KyoAni, tem cerca de 160 funcionários. Criado em 1981, o tradicional estúdio produz desenhos animados, cria personagens e concebe produtos derivados de suas séries inspiradas de mangás japoneses famosos. Entre suas produções estão “K-ON!”, “A Melancolia de Haruhi Suzumiya” e ” “Lucky Star”.
Embora a companhia não seja muito conhecida internacionalmente, ela foi responsável por um trabalho secundário de animação utilizado em “Pokémon” e “Winnie the Pooh”.
As redes sociais japonesas testemunharam muitas manifestações de solidariedade com o estúdio, e alguns usuários publicaram imagens de animações. Muitos usaram a hashtag “#PrayForKyoani”.
— Foto: Rodrigo Sanches / G1
Por G1