Irã ameaça navio britânico em retaliação pela apreensão de petroleiro

Petroleiro ‘Grace 1’, suspeito de levar petróleo iraniano à Síria, é apreendido em Gibraltar, em imagem de arquivo — Foto: Jon Nazca/Reuters

“Se o Reino Unido não liberar o navio-petroleiro iraniano, é tarefa das autoridades apreender um navio-petroleiro britânico”, disse Mohsen Rezai no Twitter.

O governo de Gibraltar disse que os tripulantes do petroleiro iraniano Grace 1 estão sendo interrogados como testemunhas, não suspeitos de crime, na tentativa de se estabelecer a natureza de sua carga e seu destino final.

Fuzileiros navais britânicos desceram de corda no navio situado no litoral do território britânico na quinta-feira e apreenderam o Grace 1, que estaria violando as sanções impostas contra a Síria ao transportar petróleo iraniano até Damasco. Eles pousaram um helicóptero na embarcação em movimento na escuridão total.

Irã x Ocidente

A manobra agrava um confronto entre o Irã e o Ocidente poucas semanas depois de os Estados Unidos cancelarem ataques aéreos minutos antes do impacto, e arrasta o aliado mais próximo de Washington a uma crise na qual potências europeias têm se esforçado para permanecer neutras.

Teerã convocou o embaixador britânico na quinta-feira (4) para expressar “sua objeção muito forte à apreensão ilegal e inaceitável” de seu navio, uma medida que também eliminou a dúvida sobre a propriedade da embarcação.

Países europeus vêm andando na corda bamba desde o ano passado, quando os EUA ignoraram seus apelos e se desligaram de um pacto entre o Irã e potências mundiais que deu a Teerã acesso ao comércio global em troca de limitações em seu programa nuclear.

Nos últimos dois meses, Washington endureceu as sanções contra Teerã visando interromper totalmente suas exportações de petróleo. Isso praticamente interditou os principais mercados ao Irã e o forçou a encontrar maneiras heterodoxas para vender seu petróleo cru.

Ainda na quinta-feira, Gibraltar disse ter razões consideráveis para acreditar que o Grace 1 estava transportando petróleo cru para a refinaria de Baniyas, na Síria, mas não mencionou a propriedade da embarcação ou a origem da carga.

Especialistas em navegação dizem que ele pode ter tentado evitar a rota mais direta pelo Canal de Suez, onde um grande petroleiro normalmente seria instruído a descarregar parte de sua carga em um oleoduto para passar, o que poderia expô-lo a uma apreensão.

Por Reuters

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