Pacientes do SUS reclamam das longas filas no Hospital Álvaro Alvim

Fila no Hospital Álvaro AlvimFila no Hospital Álvaro Alvim
Pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) têm reclamado da demora nas filas para marcação de consultas e exames no Hospital Álvaro Alvim. Nesta quinta-feira (6), muitos deles, inclusive idosos, que chegaram a dormir no local, se revoltaram por não conseguir marcar os procedimentos. A polícia teria sido acionada duas vezes para conter brigas. De acordo com alguns pacientes, no período da manhã, a fila chegava à avenida Pelinca. Em nota, a secretaria de Saúde explica que marcações, de forma geral, devem ser realizadas prioritariamente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e que para a realização de alguns exames específicos, o município conta com as unidades contratualizadas, entre estas, o Hospital Escola Álvaro Alvim.
Madalena da Silva Neto, de 87 anos, moradora da Lapa, às 13h25, ainda aguardava na fila dos idosos. “Cheguei às 5h30 para marcar um exame dos ossos”, contou a paciente.
Moradora do Parque Aeroporto, Magna da Silva Mendes, de 47 anos, chegou a passar mal enquanto aguardava no local. “Estou aqui desde as 2h30. Sou uma pessoa sozinha e não tenho condições de pagar um plano de saúde. Passei mal quando saiu uma briga aqui. O que estão fazendo com a saúde é uma covardia”.
Usuários do SUS contaram que as confusões ocorreram logo após as primeiras senhas serem distribuídas. Eles disseram que foram informados que não havia disponibilidade da consulta ou do exame que buscavam.
Foi o caso de Solange Nascimento, 57 anos, de Goitacazes. “Era só para um exame de mama (mamografia) e agora não sei quando vou conseguir, porque a marcação é uma vez por mês”, contou.
Situação semelhante foi a de Nivaldo Batista, 54 anos, de Baixa Grande. “Começaram a distribuir a senha às 7h, mas só consegui senha para exame de ultrassonografia e falaram que não havia vaga para fazer o de densitometria óssea”.
Fila no Hospital Álvaro Alvim
— Está todo mundo revoltado, porque ficamos na fila sem saber se vamos conseguir marcar o exame. Sou balconista em uma padaria e perdi o dia de trabalho, porque só a gente ou um parente pode marcar, mas meu filho também trabalha e não poderia vir. Cheguei às 5h e estou há mais de seis horas esperando para saber quando vou fazer o exame de densitometria óssea — relatou Verônica Manhães, 50 anos, de Goitacazes.
A greve de profissionais da saúde foi descartada pelos usuários como causadora da fila e falta de exames e consultas. “Não é por causa da greve não. Mês passado também enfrentei fila e não consegui marcar a mamografia. E eu tenho urgência, porque tenho nódulos no seio”, afirmou Sandra Lúcia Rangel, 56 anos, de Lagoa das Pedras, que chegou por volta das 3h à fila do Álvaro Alvim.
Diretor da unidade, Geraldo Venâncio lembrou que o hospital realiza exames específicos, o que aumenta a demanda, eventualmente. “Os outros hospitais estão trabalhando com uma certa lentidão. Tem uma greve na Prefeitura e está todo mundo indo para lá. Em determinados dias a agenda de exames tem uma demanda maior. Campos tem uma população de quase 600 mil e atende pacientes de outros municípios. O Álvaro Alvim é um hospital que faz exames diferenciados e alguém tem que atender. Estamos tentando ser parceiros da secretaria, fazer o máximo que podemos, mas, infelizmente, se pusermos agendamento o dia inteiro, ainda vão chegar de madrugada”, disse Gerado, ressaltando que o atendimento acontece de 7h às 16h.
A Prefeitura de Campos explicou, ainda, “que para melhoria no acolhimento aos assistidos através da unidade contratualizada, a secretaria de Saúde montou um núcleo no Hospital para atendimentos pontuais. Ainda para otimizar este atendimento, foi formada uma comissão para que possível demanda reprimida nas especialidades disponibilizadas pela rede contratualizada seja atendida o quanto antes. Importante destacar que hoje (06), os pacientes que se encontravam no Hospital Álvaro Alvim foram recebidos e direcionados, conforme cada caso.
Nesta quinta-feira (06), a secretaria se reuniu com representantes do Álvaro Alvim e do setor de Controle e Avaliação, no sentido de definirem novas medidas para melhoria no atendimento aos usuários. Um novo encontro já está definido para formulação de novas estratégias, sempre no intuito de oferecer melhorias no atendimento, acolhimento e acesso dos usuários. Neste caso, também, nos serviços ofertados através dos hospitais contratualizados”, finalizou.
Por: VERÔNICA NASCIMENTO 
Folha 1

Deixe uma resposta