Manifestantes ocupam o Calçadão no Centro de Campos em ato de defesa da educação

Manifestação pela educação no Centro (Foto: Camilla Silva)
Manifestação pela educação no Centro (Foto: Camilla Silva) / Camilla Silva
Com gritos de ordem como “A nossa luta é todo dia, educação não é mercadoria” e “Todos pela educação”, alunos, professores, servidores de instituições de ensino de Campos e representantes da sociedade se reuniram, na tarde desta quinta-feira (30), no Boulevard Francisco de Paula Carneiro, em ato em defesa da educação pública e contra os cortes de verbas na área.
Isaías Fernandes
No período da manhã, alunos da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) realizaram um protesto na avenida Alberto Lamego, em frente à instituição. Os manifestantes atearam fogo em pneus e, após as chamas terem sido apagadas, eles permaneceram no local com faixas. Em todo o país, ao menos 65 cidades de 19 estados e do Distrito Federal tiveram manifestações.
Em decreto de março que bloqueou R$ 29 bilhões do Orçamento 2019, o governo federal contingenciou R$ 5,8 bilhões da educação. Desse valor, R$ 1,704 bilhão recai sobre o ensino superior federal. Em maio, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) informou sobre a suspensão da concessão de bolsas de mestrado e doutorado. Os cortes e a suspensão motivaram os protestos de 15 de maio.

— Eu acho que o mais importante é mostrar para a população o quanto é importante investir a educação. O sucateamento que pode ocorrer é evidente. A gente viu o que aconteceu com a Uenf, com a Faetec e que pode ocorrer com o IFF. A gente só funciona com investimento. A gente precisa lutar contra os cortes, já está difícil sem eles — afirmou Mara Gomes, professora da rede Faetec.

O professor do Instituto Federal Fluminense Adler Tatagiba compareceu acompanhado da esposa e da filha, de 9 anos. “Eu falo para minha filha. Ninguém tem direito de tirar a educação dela. Essa política quer colocar na conta dos trabalhadores, dos mais pobres. Nós não podemos permitir isso”, defendeu.
IFF Campos – Na última terça-feira, o reitor do Instituto Federal Fluminense (IFF), Jefferson Manhães, falou ao programa Folha no Ar, da rádio Folha FM 98,3, que a unidade não terá recursos, a partir de junho, para honrar parte dos pagamentos.
— Se, de 50% do meu orçamento, eu só tenho 40%, no mês de junho nós vamos fazer o quê? Como é feito nas administrações, nós vamos pegar essas notas e vamos ter que passar essas notas para o mês de julho, na expectativa de que os limites orçamentários sejam ampliados no segundo semestre. O que nós estamos passando aqui é muito grave. Não vai impactar diretamente em junho porque nós podemos pagar até em 90 dias. Você joga as notas para julho, na expectativa do limite, mas, em outubro, nós não temos recursos — explicou Jefferson na entrevista.
Ato anterior – O primeiro grande protesto contra o governo Jair Bolsonaro ocorreu, no dia 15 de maio, após o ministério da Educação (MEC) anunciar o contingenciamento de 30% dos repasses para todas as universidades federais e corte de bolsas de mestrado e doutorado, oferecidas pela agência de fomento à pesquisa.Pelo país, foram milhares de pessoas nas ruas de mais de 200 cidades, de todos os estados do país e do Distrito Federal.

Por: CAMILLA SILVA

Folha 1

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