Flamengo x Athletico PR - Abel

Abel Braga voltou a ser criticado durante partida contra Athletico (Foto: Delmiro Junior/Photo Premium/Lancepress!) 
O calendário do futebol brasileiro não é dos melhores, então qualquer brecha precisa ser aproveitada. Seja para descansar, se recuperar ou simplesmente treinar. O Flamengo teve a semana livre e focou na preparação para o duelo contra o Athletico-PR, neste domingo, mas o que se viu foi uma antítese do esperado. O problema não é físico ou técnico, é tático – e isso ficou evidente.

A vitória por 3 a 2 não esconde uma das piores atuações do Flamengo em 2019. Resultado até injusto diante de um Athletico-PR que foi dominante, mas punido pelas bolas aéreas nos minutos finais. Dentro de campo, o cenário era claro: cariocas desorganizados apostando no talento individual, diante de parananense superiores taticamente, mas que esbarravam nas próprias limitações técnicas.

Resultado de imagem para Foto de coletiva de Abel Braga após o jogo contra o Atlético Paranaense

Foto: YouTube

Abel Braga falou na coletiva que é preciso olhar para a camisa do outro lado, e não para o status de titular ou reserva. Oras, seguindo este argumento, a camisa do Flamengo (com titulares), não deveria pesar nesta equação? O “nó tático” sofrido por 85 minutos só não virou vexame devido a individualidade de quatro peças que tem salvo o Flamengo em 2019: Diego Alves, Rodrigo Caio, Bruno Henrique, e Everton Ribeiro.

O goleiro foi importante quando a derrota parcial estava no placar. O zagueiro foi herói pelo gol, mas se destacou por ser o pilar defensivo da equipe – repetidamente ao longo do ano. Já Éverton Ribeiro e Bruno Henrique assumiram a responsabilidade ofensiva diante das péssimas atuações de Diego Ribas e Gabigol. Vale destaque também para Renê, que impediu o tento de Tomás Andrade nos minutos finais e, na sequência, deu a assistência da virada.

Abel sempre se destacou pelas relações humanas que têm com seus jogadores, mas precisará de algo mais se quiser ir longe no Brasileirão, Copa Libertadores ou Copa do Brasil. Os resultados o mantém vivo, mas o desempenho traz as críticas. Enquanto isso, do outro lado, o derrotado Tiago Nunes, do Athletico-PR, dá uma aula de leitura tática, mesmo tendo sido superior em campo.

– Assumo toda a responsabilidade pela derrota. Principalmente pela opção tática com a substituição do Paulo André, de defender mais do que atacar, o que geralmente não é a nossa característica – declarou.

Resultado bom, desempenho ruim. Com isso, o clube caminha para o sexto mês da temporada sem qualquer perspectiva de evolução e se abraça em reforços que chegarão no meio do ano para “salvar a pátria”. Diante de um projeto confuso, com falhas em sua execução, o Flamengo segue jogando abaixo do que pode. As vaias dos 52.667 presentes no Maracanã, mesmo após a vitória, mostram isso.

Por: Marcello Neves

Lance

RA NOTÍCIAS