Governador em Campos nesta quinta-feira (23) para palestras voltadas para a industria canavieira
O uso de novas tecnologias, recursos hídricos, sustentabilidade, classificação climática, cooperativismo, irrigação, colheita mecanizada, crédito e custos de produção. Estes, entre outros pontos, foram debatidos nos painéis e palestras no RioAgro Coop, que teve início às 10h desta quinta-feira (23), na Cooperativa Agroindustrial do Estado do Rio de Janeiro (Coagro), com a presença do governador Wilson Witzel e parte do seu secretariado. Na ocasião foi anunciada a safra 2019/20.
Foto; Wikipédia
O prefeito de Campos, Rafael Diniz, que preside o Consórcio Público Intermunicipal de Desenvolvimento do Norte e Noroeste Fluminense (Cidennf), também participa do evento.
O RioAgro Coop é realizado pelo Sistema OCB-RJ, unidade estadual da Organização das Cooperativas do Brasil, em conjunto com a Coagro, com desenvolvimento e organização do Fatore.
— Nesta nova etapa, a intenção é triplicar produção de cana nos próximos cinco anos para atender as três usinas que já estão instaladas que operam com 1/3 de sua capacidade de moagem — projeta o presidente da Coagro, Frederico Paes, que participou ontem do programa Folha no Ar, na Rádio Folha FM, juntamente com o jornalista Sérgio Cunha e o presidente da Associação Fluminense dos Plantadores de Cana (Asflucan), Tito Inojosa, que reforçou o tom otimista de Frederico.
— Estamos contratando uma empresa de São Paulo, que prepara um programa de irrigação para a região e vai buscar parceiros para a obtenção de recursos que irão financiar este projeto. E temos que arrumar recursos para o produtor. Nossos produtores trabalham com máquinas de 30 a 40 anos de uso, que em qualquer lugar do mundo já estariam no ferro velho — admite Inojosa.
O RioAgro Coop foi aberto com o painel “A integração entre Consórcio de Municípios, Estado e Produtores na retomada do Agronegócio Fluminense”, às 11h. Os participantes são Frederico Paes, Vinicius Vianna, secretário executivo do Cidennf (Consórcio Público Intermunicipal de Desenvolvimento do Norte e Noroeste Fluminense).
Agora polco às 12h, teve início a palestra com o tema “Programa Mais Cooperativismo: desafios e oportunidades” com Márcio Lopes de Freitas, presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).
Neste momento vai começar outra palestra que gira em torno da “Agricultura familiar e a expansão da fronteira rural do estado do Rio.” Os palestrantes são Alberto Figueiredo, ex-secretário de Agricultura do Estado do Rio, diretor da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA) e Adriano Lopes, subsecretário estadual adjunto de Agricultura Familiar.
Após uma parada para o almoço, às 14h30, o tema da palestra será “Portal Cooperativas nas Compras Públicas: oportunidades para o Rio de Janeiro”. O palestrante é o analista de Relações Institucionais da OCB Brasil, Leonardo Reis. Em seguida, “Gargalos e soluções para a bacia leiteira fluminense”, com o palestrante Silvio Marini, presidente da Cooperativa Agropecuária de Macuco.
“O semiárido como novo regime climático do Estado do Rio: marco legal e iniciativas”, será o próximo tema, às 15h30, a ser tratado pelo secretário Estadual de Agricultura, Eduardo Lopes, o deputado Wladimir Garotinho e o professor José Carlos Mendonça, coordenador de Agrometeorologia da Uenf.
Depois, “Riscos e oportunidades para o cooperativismo agro na economia 4.0”, com Abdul Nasser, superintendente do SESCOOP/RJ.
Por último, às 16h30, a palestra “Uso racional de recursos hídricos na irrigação e benefícios ao agronegócio”. Palestrante: Renata Bley, subsecretária estadual de Recursos Hídricos e Sustentabilidade de Janeiro e o professor João Siqueira, da Universidade Estadual de Norte Fluminense (UENF) e presidente do Comitê do Baixo Paraíba.
Gargalos na Baixada requerem mais esforços:
Foto: G1
Tito Inojosa reconhece que o projeto de irrigação prevê esforços redobrados na Baixada Campista.
— Há uma dificuldade de água muito grande na Baixada. É verdade que são 1.500 km de canais, mas que estão sujos. Houve mau uso de uma verba federal pela Odebrecht porque não ouviram técnicos de Campos que conhecem a região. Enfeitaram a comporta do Canal das Flexas, em Barra do Furado. Não havia necessidade de obra tão faraônica. Sobraria recursos para outras intervenções. A Ponte do Gote, se cair, vai obrigar aquela comunidade a dar uma volta de 80 a 90 km. E o risco é muito grande — alertou Tito.
Nessa quarta (22), em caráter emergencial, a Prefeitura deu início à limpeza nos pilares da referida ponte sobre o Canal das Flechas. O trabalho para retirada do grande volume de vegetação, que pressiona os pilares, vai evitar colapso na estrutura da ponte, além de permitir a continuidade no escoamento das produções agrícola, canavieira e ceramista, no acesso à RJ-196, que liga Campos a Quissamã, por Barra do Furado, além da pesca. Nos trabalhos, uma escavadeira hidráulica (long reach) está realizando a retirada de toneladas da vegetação misturada a sedimentos acumulados, devido às chuvas dos últimos dias. A desobstrução garante que o fluxo da água da Lagoa Feia siga em direção ao mar. Os trabalhos devem ser concluídos em 15 dias.
Por: PAULO RENATO PINTO PORTO
Folha 1