Na certeza de ruptura de barragem, Vale suspende transporte de trens na região
Ruptura iminente em Barão de Cocais faz Vale
paralisar ferrovia.
Divulgação Vale
Diante da iminente ruptura de um talude em uma cava da Mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais (MG), a Vale anunciou hoje (20), a paralisação do transporte de carga em um trecho da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM). A medida segue em recomendação da Agência Nacional de Mineração (ANM) e irá vigorar por tempo indeterminado, para preservar a segurança dos trabalhadores.
O rompimento do talude é dado como certo e segundo estimativas da Vale deve ocorrer até sábado (25). Diante da situação, a Mina de Gongo Soco foi totalmente interditada seguindo determinação da ANM (link 2 , órgão vinculado ao Ministério de Minas e Energia e responsável pela fiscalização do setor minerário.
A decisão permite apenas as atividades que visem recuperar a estabilidade das estruturas. Todas as demais operações estão suspensas. No caso da Barragem Sul Superior, que integra a Mina de Gongo Soco, a paralisação está em vigor desde fevereiro devido ao risco de rompimento. A estrutura fica a cerca de 1,5 quilômetro da cava. Dessa forma, a ANM reconhece a possibilidade de que a ruptura do talude da cava provoque também a ruptura da barragem. O risco é que a vibração gerada pelo rompimento do talude atue como um gatilho.
Alerta máximo
Uma das mais de 30 estruturas da Vale que foram interditadas após a tragédia de Brumadinho (MG), ocorrida em 25 de janeiro, a Barragem Sul Superior teve seu nível de segurança elevado para 2 no dia 8 de fevereiro, obrigando a Vale a evacuar a zona de autossalvamento, isto é, aquela área que seria alagada em menos de 30 minutos ou que está situadas a uma distância de menos de 10 quilômetros da estrutura. Mais de 400 moradores foram abrigados em quartos de pousadas e hotéis custeados pela mineradora.
Em 22 de março, a Barragem Sul Superior se tornou a primeira a atingir o nível 3, que é considerado o alerta máximo e significa risco iminente de rompimento. Desde a tragédia de Brumadinho, quatro barragens da Vale, em Minas Gerais, alcançaram esse alerta máximo.
Por Léo Rodrigues – Repórter da Agência Brasil Rio de Janeiro
EBC