Muito sensato, líder do PSL diz que Onyx orientou aliados a ‘deixar para lá’ votação de MP que tirou Coaf da Justiça

Senador Major Olímpio disse que, diante disso, parlamentares pediram encontro com Bolsonaro. Assessoria do ministro informou que ele só comentará caso após votação da MP no plenário.

Resultado de imagem para foto O líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP)

O líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP), afirmou nesta sexta-feira (10) que o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, orientou aliados a “deixar para lá” a votação, numa comissão mista do Congresso, da medida provisória (MP) da reforma administrativa.

Procurada, a assessoria de Onyx Lorenzoni informou que ele só comentará o caso após a votação da medida provisória no plenário.

O texto foi votado em uma comissão nesta quinta (9) e, entre outros pontos, os parlamentares decidiram transferir o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Justiça para o Ministério da Economia.

A mudança ainda não está em vigor. Isso porque o texto aprovado pela comissão ainda terá de ser analisado pelo plenário da Câmara e, depois, pelo plenário do Senado.

“Os deputados do PSL reagiram indignados à orientação de Onyx Lorenzoni, chefe da Casa Civil, para que deixassem para lá e deixassem votar em plenário a medida provisória do jeito que estava. […] Os deputados do PSL, de forma muito acertada, se reuniram, pediram uma reunião com o presidente e tiveram a solidariedade do presidente. […] É preciso que a articulação política do governo tenha e cobre posicionamento de quem diz que está com o governo e sai arrebentando o governo”, afirmou Major Olímpio.

Se eventualmente Bolsonaro vetar algum trecho do texto a ser aprovado pelo Congresso, os parlamentares terão de decidir, em seguida, se mantêm ou se derrubam o veto.

Outros pontos da MP

A reunião de Bolsonaro com parlamentares do PSL aconteceu na noite desta quinta-feira, no Palácio do Planalto. O presidente já disse esperar que a decisão da comissão seja revertida na votação no plenário e, assim, o Coaf permaneça no Ministério da Justiça.

Após o encontro no Planalto, o deputado Filipe Barros (PSL-PR), vice-líder do partido, afirmou que os parlamentares vão “lutar” por quatro pontos da MP.

Além da mudança do Coaf, ele mencionou a transferência da Fundação Nacional do Índio para o Ministério da Justiça; a proibição de auditores da Receita poderem investigar crimes que não sejam de ordem fiscal; e a divisão do Ministério do Desenvolvimento Regional nas pastas das Cidades e da Integração Nacional.
O ministro Onyx Lorenzoni, da Casa Civil — Foto: Reprodução/GloboNews

O ministro Onyx Lorenzoni, da Casa Civil — Foto: Reprodução/GloboNews

Compartilhamento de informações

Mais cedo, nesta sexta-feira, Onyx Lorenzoni concedeu uma entrevista à Rádio Gaúcha e afirmou que o governo prepara uma portaria interministerial para os ministérios da Justiça e da Economia poderem compartilhar medidas do Coaf no que for possível.

“Tudo aquilo que é possível ser feito compartilhamento, vai ter uma portaria interministerial entre o Ministério da Justiça e o Ministério da Economia para permitir este compartilhamento”, declarou.

O chefe da Casa Civil disse que, mesmo com a ideia da portaria, o governo “continuará lutando” para o Coaf ser mantido no Ministério da Justiça.

Onyx destacou que o Congresso tem competência para alterar a MP da reforma administrativa e que, até o momento, “95%” do que foi proposto por Bolsonaro está preservado.

“Então, é uma realocação que está no âmbito da competência do parlamento. Nós estamos lutando, lutamos na comissão e ainda temos instâncias. no plenário dessas duas Casas, a gente continuará lutando”, disse Onyx.

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