Justiça do DF suspende licitação do STF para compra de lagostas e vinhos
Juíza atendeu liminarmente a ação popular movida pela deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP). Mesmo após críticas compra foi fechada por R$ 481.720.
A Justiça Federal do Distrito Federal suspendeu nesta segunda-feira, 6, o pregão do Supremo Tribunal Federal (STF) para a compra de alimentos de luxo, como medalhões de lagosta e vinhos premiados internacionalmente. A decisão liminar, isto é, provisória, da juíza Solange Salgado, da 1ª Vara Federal, atende a uma ação popular movida pela deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) contra a licitação do STF para fornecimento de café da manhã, brunch, almoço, jantar e coquetel institucionais.
Apesar da repercussão negativa da compra, que custaria, a princípio, 1.134.893,32 reais, o Supremo concluiu a licitação na última sexta-feira, 3, por 481.720,88 reais.
No pedido aceito hoje pela Justiça, a parlamentar paulista afirma que “a função de um Ministro do STF ou de um servidor que nele trabalhe é julgar processos de sua competência e auxiliar os Ministros em tal missão, e naturalmente não se alimentar exaustivamente de forma luxuosa às custas do erário”.
Além de lagostas ao molho de manteiga queimada e vinhos envelhecidos em barril de carvalho francês ou americano, a licitação também previa o fornecimento de iguarias como bobó de camarão, camarão à baiana, bacalhau à Gomes de Sá, frigideira de siri, moqueca capixaba e baiana e arroz de pato, entre outros.
“O que está em análise é se o objeto licitado fere o senso de ética comum e o conceito do que se entende por boa gestão pública. E tal análise deve considerar especialmente a realidade social do nosso país e o fato de que o Brasil vem enfrentando um período de gravosas dificuldades econômicas e muitas deficiências orçamentárias, o que atinge a todos”, escreveu a magistrada em seu despacho.
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