Nesta quinta, a tempestade estava revirando a Baía de Bengala, cerca de 275km a sudoeste da cidade de Puri, onde trens especiais foram colocados para retirar turistas e as praias estavam vazias.
“Tempestade ciclônica extremamente severa #Fani, agora uma tempestade de categoria 4, perto da costa da Índia”, diz o tuíte da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos.
Fani estava gerando ventos máximos entre 170 e 180 km/h, informou o Departamento de Meteorologia da Índia (IMD, em inglês). Um rastreador de ciclones a classificou como uma tempestade de nível 4, um nível abaixo do mais severo. O ciclone tocará o solo antes da tarde de sexta.
As 1,2 milhão de pessoas devem ser tiradas de áreas baixas de 15 distritos no estado oriental de Odisha para abrigos anticiclone, escolas e outros prédios, informaram as autoridades. Mais de 800 mil já deixaram suas casas.
“Estamos maximizando os esforços em todos os níveis para a retirada”, disse à Reuters o comissário de ajuda especial de Odisha, Bishnupada Sethi.
A marinha indiana despachou sete navios de guerra e tem seis aviões e sete helicópteros de prontidão, além de mergulhadores, barcos de borracha, equipes médicas e ajuda humanitária. O primeiro-ministro, Narendra Modi, disse no Twitter que o governo fornecerá toda a assistência possível.
Portos e aeroportos fechados
Nuvens avançam antes da chegada da tempestade Fani, em Visakhapatnam, na Índia, nesta quarta (1º). — Foto: Stringer/Reuters
O aeroporto de Calcutá ficará fechado a partir das 21h30, horário local (13h no horário de Brasília), de sexta (3) até 18h de sábado (4). Já o aeroporto de Bhubaneswar, capital de Odisha, será fechado na sexta (3). A IndiGo Airlines, maior companhia aérea do país, afirmou que cancelou voos saindo e chegando a Bhubaneswar, Calcutá e Ranchi para viagens até o dia 5 de maio.
As atividades nos portos de Paradip, Dhamra e Visakhapatnam foram suspensas.
Em um tuíte, a companhia aérea indiana Vistara afirmou que iria suspender as taxas de cancelamento para voos a Bhubaneswar e Calcutá até domingo (5).
Aldeões deixam suas casas em busca de um lugar mais seguro no estado de Odisha, antes da chegada do ciclone Fani, nesta quinta (2). — Foto: Stringer/Reuters
Milhares de moradores empilharam itens domésticos em caminhões antes de fugirem de casa, diz a Reuters.
Na cidade de Paradip, a 160km de Puri, também na costa do país, imagens de televisão mostraram moradores empilhando bicicletas, máquinas de costura e botijões de gás em pequenos caminhões e partindo para qualquer um dos quase 900 abrigos abastecidos com comida, água e remédios.
O governo do estado de Odisha implantou centenas de funcionários de gestão de desastres, fechou escolas e faculdades e pediu aos médicos e outros funcionários de saúde que não saíssem de licença até 15 de maio.
A temporada de ciclones na Índia pode durar de abril a dezembro, quando tempestades severas atingem cidades costeiras e causam mortes generalizadas e danos a plantações e propriedades na Índia e no vizinho Bangladesh.
Em 1999, um super-ciclone atingiu a costa de Odisha por 30 horas, matando 10 mil pessoas. Uma retirada em massa de quase um milhão de pessoas salvou milhares de vidas em 2013.
G1