Morte de Ayrton Senna faz 25 anos: ‘É um herói e continuará sendo para sempre’
— E continuará sendo para sempre — avalia o pentacampeão Lewis Hamilton, para quem o brasileiro serviu de inso dede o início da carreira, e que compartilha um certo misticismo com o brasileiro. — Eu não conhecia bem sua personalidade, então, o que eu mais gostava era mais o que ele representava, aquilo contra o que ele se opunha, e o que era capaz de fazer ao volante.
Aura diferente
A rivalidade de Senna com “o professor” Alain Prost, com quem compartilhou os boxes na McLaren em 1988 e 1989 e depois o enfrentou até a aposentadoria do francês no final de 1993, os transformou em grandes celebridades, passando a ser conhecidos não só pelos aficionados do esporte.
— Vimos isso chegar aos grandes meios de comunicação, porque existia essa batalha humana entre dois pilotos de carisma, cultura e educação diferentes — lembra Prost. — Fiz muitas coisas, ganhei muitas corridas e campeonatos sem ele, mas nossa história está completamente ligada. Não há um momento em que, se você fala de Prost, não mencione Senna e vice-versa. Não só minha carreira, mas também minha vida está ligada a ele. Vivo com isso há cerca de 30 anos.
— Isso diz muito sobre sua personalidade. Faz parte desses personagens excepcionais tocados um pouco pela graça divina. Ele impunha de maneira natural uma distância, uma espécie de aura. Tínhamos a mesma idade, mas eu nunca teria dado um tapinha nas costas dele!
Para além de suas conquistas, polêmicas e momentos de genialidade, foi seu jeito de ser — modesto e orgulhoso ao mesmo tempo, a mistura de agressividade total na pista e de sensibilidade fora — que ficou na memória.
— Era um piloto excepcional, com um encanto particular. A combinação destas duas qualidades fazia dele uma lenda já em vida — acredita o austríaco Gerhard Berger, companheiro de Mclaren e amigo.
A morte do brasileiro durante o Grande Prêmio de San Marino, último drama de um fim de semana já trágico (após um grave acidente de Rubens Barrichello na sexta-feira, e da morte do austríaco Roland Ratzenberger no sábado), provocou um grande impacto e acabou construindo sua lenda. Depois de largar na pole position, o brasileiro, então com 34 anos, pilotava sua Williams-Renault quando se chocou contra o muro de cimento da curva de Tamburello na sétima volta.