Vem aí o novo Ceasa de Guarus , que vai atender aos feirantes de Campos
As obras do Polo Agroalimentar de Campos, no antigo Ceasa, começam em junho, segundo a Prefeitura. A estimativa é de que a primeira parte do projeto custe cerca de R$ 1 milhão e seja concluída até o final do ano. A expectativa da secretaria municipal de Agricultura é de que a abertura do espaço cause a redução de pelo menos 20% nos preços dos produtos hortifrutigranjeiros e o aumento de 80% da oferta destes alimentos. Com uma mudança na proposta do espaço, também houve a perspectiva de ampliação da área, com a implantação de pavilhão extra, instalação de agências bancárias, salas de reuniões, além de assistência de ambulâncias e da Polícia Militar.
Nos bastidores da Prefeitura, uma força-tarefa foi montada há quase um ano e estuda como será a administração da central de abastecimento, a logística envolvida, as obras necessárias, a infraestrutura interna oferecida e o mercado em si. A obra da primeira fase, que compreende a reforma do Pavilhão 1, reestruturação do prédio administrativo e adaptação para as novas necessidades do espaço, será licitada em sistema de pregão em cerca de 30 dias, segundo a Prefeitura. A expectativa é que a segunda fase deva começar em seguida, diante do que vem sendo alinhado com o governo federal e com verbas também de emendas parlamentares.
— Temos total ciência de que este projeto é de extrema importância para o futuro de Campos e da população. Está acima de qualquer partidarismo e ficará o legado por muitas décadas. Faz parte dos esforços do prefeito Rafael Diniz e dessa nova gestão fomentar Campos para além dos royalties do petróleo. E a potencialidade do município é a agricultura. Exatamente por isso, estamos pensando e organizando tudo como uma empresa e não como um setor público. O Polo Agroalimentar será autossuficiente, a renda gerada será investida nela própria — adianta o secretário de Agricultura de Campos, Nildo Cardoso.
O estudo de mercado e o planejamento da tecnologia de gestão da central de abastecimento de Campos começaram há quase um ano. De acordo com a Prefeitura, foram realizadas visitas de campo para o mapeamento das zonas produtoras, reconhecimento dos produtores e seus respectivos cultivos no município. Após as visitas, foram identificadas as potencialidades na produção local e, segundo a secretaria, as ações da central serão focadas em aumentar esta produtividade.
— A central contará com o Sistema de Controle de Comercialização, o Sicom. Essa é a ferramenta que possibilitará a otimização dos processos de comercialização e cadastramento de Produtores e Produtos que passaram pela central — explicou o consultor de mercado Paulo Ricardo Crispim.
Também foram visitadas centrais de outras cidades e estados, como do Rio, Belo Horizonte, Juiz de Fora, Nova Friburgo, Itaocara, Tocantins e Cariacica. A força-tarefa montada pela secretaria ainda vai em Campinas (SP) e Caxias do Sul (RS), ambas geridas pelos municípios através de parcerias, como é o molde do projeto de Campos.
Espaço da central em Guarus terá ampliação
A secretaria de Agricultura estima que, em cinco anos, o Polo Agroalimentar vai envolver 50 mil trabalhadores rurais de Campos e região, com movimentação de 7 mil pessoas por dia em 3.500 veículos. No total, o espaço tem 240 mil m² de área e o Pavilhão 1, da primeira fase, já foi ampliado. Sua plataforma, a chamada pedra alta, passou de 1.300 m² para 2.300m². E a área terá ainda um Pavilhão Extra, especial para os pequenos produtores de Campos e região.
A princípio, segundo o projeto, o espaço terá duas agências bancárias — fundamentais, já que os negócios nos são feitos em dinheiro —, salas de reunião, câmeras de 360° em toda a área e central de monitoramento, além de segurança particular, telões de cotação dos produtos em outras centrais de abastecimento, iluminação especial, banheiros acessíveis, estacionamento de carros de passeio, posto médico com ambulância de plantão, DPO da Polícia Militar, brigada de incêndio. Já o pavilhão extra, especial dos pequenos trabalhadores do campo, terá também banheiros próprios e acessíveis e espaço para um restaurante, de acordo com a Prefeitura.
— O Polo Agroalimentar será uma cidade. Na segunda fase, teremos uma pequena estação de tratamento de esgoto própria, captação de água de chuva, miniusina de compostagem, alojamento para caminhoneiros, “banco” de entrega e retirada de caixotes plásticos, além da reforma dos Pavilhões 2 e 3, com boxes para grandes atacadistas, Banco de Alimentos. Tudo planejado para seguir normas e atendendo as necessidades logísticas — explicou um dos membros da Comissão Especial do projeto, Maurício Nani.
Abrangência de até 15 milhões de pessoas
Campos está localizada estrategicamente entre duas importantes centrais de abastecimento: Cariacica, no Espírito Santo, e a Ceasa do Rio. Por atender as regiões Norte, Noroeste e também parte da Região dos Lagos e Serrana, o Polo Agroalimentar de Campos pode abranger uma população de mais de 15 milhões de pessoas, segundo estimativa da secretaria de Agricultura.
Em relação aos produtores, de acordo com o subsecretário de Desenvolvimento Econômico, Alfredo Dieguez, a expectativa pela abertura da central de abastecimento no município é a melhor possível.
— Desde que começamos a realizar os estudos para o projeto de Campos, temos recebido contato de distribuidores de alimentos e produtores. É realmente um ponto estratégico geograficamente falando e que terá uma estrutura feita a partir de estudos e pesquisas sérias — analisa Dieguez.
Atualmente, a distribuição de alimentos hortifrutigranjeiros acontece através de distribuidores diretamente dos caminhões para os pontos de venda, como no Mercado Municipal, no Centro. A partir do novo Polo Agroalimentar, o abastecimento do Mercado será feito na nova Central.
— Com isso, vai acabar aquela fila de grandes caminhões abastecendo a área e estacionados na Beira Valão. Ao mesmo tempo, os comerciantes permissionários do Mercado terão alimentos com melhores preços, afinal terão acesso à ampla concorrência dos distribuidores, e mais frescos, já que poderão comprar na central diariamente, diferente do calendário de terça e quinta-feira que eles têm hoje — explicou o secretário de Agricultura, Nildo Cardoso. (A.N.)
Por: Arnaldo Neto
Folha 1