Câmara de vereadores de Campos é composta por mais da metade por suplentes
Passada pouco mais da metade da atual legislatura, a Câmara de Campos foi marcada pelo constante troca-troca nas cadeiras, mesmo antes da posse. Diferentes processos judiciais — entre eles, a operação Chequinho —, além da saída de vereadores para compor os quadros do governo municipal, foram alguns dos principais motivos para a dança das cadeiras em ritmo acelerado. Da atual composição da Casa, 52% (13 dos 25) são suplentes dos eleitos em 2016 e que não exercem o cargo.
Dois dos mais recentes a chegarem ao Legislativo são Marcelle Pata (PR) e Fábio Almeida (PPS). Os dois entraram nos lugares de Abdu Neme (PR) e Marcão Gomes (PR), que aceitaram o convite do prefeito Rafael Diniz (PPS) para assumirem as secretarias de Saúde e Desenvolvimento Humano, respectivamente.
Todos os demais 11 suplentes, no entanto, estão nos respectivos cargos pendurados por decisões da Justiça que podem ser mudadas a qualquer momento.
Rosilani do Renê (PSC), por exemplo, chegou à Câmara no dia 19 de março, após a novela envolvendo Marcos Bacellar (PDT). Eleito em 2016, o experiente político não teve os votos validados no pleito, mas o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anulou sua condenação por ter as contas reprovadas quando foi presidente da Câmara e mandou o processo de volta para Campos. Com isso, o pedetista assumiu a cadeira na Casa, mas foi novamente cassado em primeira e segunda instância pela Justiça Eleitoral e acabou sendo afastado do cargo.
Dança no compasso da Chequinho
Se a dança das cadeiras da Câmara teve um ritmo, foi no compasso da operação Chequinho e seus desdobramentos. Com um verdadeiro time de 11 vereadores eleitos condenados, seis destes sequer começaram a atual legislatura porque a Justiça impediu a posse de Linda Mara, Thiago Virgílio, Ozéias (PSDB), Miguelito (PSL), Kellinho (PR) e Jorge Rangel (PTB) ainda em 2016.
Além deles, Jorge Magal (SD), Vinícius Madureira (PRP), Roberto Pinto (PTC) e Thiago Ferrugem (PR) foram outros sentenciados em primeira instância por troca de votos por Cheque Cidadão em 2016 que tiveram as penas confirmadas em segunda instância pelo Tribunal Regional Eleitoral e, desta forma, também foram afastados. Em situação jurídica idêntica, Cecília Ribeiro Gomes (Avante) foi eleita, chegou a assumir uma cadeira, mas caiu para a suplência depois que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contabilizou os votos de Marcos Bacellar. No entanto, quando Bacellar deixou a Câmara, Cecília já estava impedida pelo TRE de retornar à cadeira.
Depois de várias idas e vindas, inclusive de outros suplentes condenados no “escandaloso esquema”, as vagas do time Chequinho ficaram, hoje, para Alvaro Oliveira (SD), Cabo Alonsimar (PTC), Eduardo Crespo (PR), Ivan Machado (PTB), Jairinho É Show (PTC), Joilza Rangel (PSD), Josiane Morumbi (PRP), Neném (PTB), Paulo Arantes (PSDB) e Renatinho do Eldorado (PTC).
Os únicos que vereadores eleitos em 2016 e que continuam interruptamente são: Abu (PPS), Álvaro César (PRTB), Cláudio Andrade (DC), Enock Amaral (PHS), Fred Machado (PPS), Genásio (PSC), Igor Pereira (PSB), Jorginho Virgílio (PRP), José Carlos (DC), Marcelo Perfil (PHS), Pastor Vanderly (PRB) e Silvinho Martins (PRP).
Por: ALDIR SALES
Folha1