Prefeitura só gastou 2% do orçamento disponível para controle de enchentes e deslizamentos
Segundo consta no Portal Rio Transparente, nenhum centavo foi empregado em ações de drenagem urbana e contenção de encostas
Carro ficou submerso na Avenida Maracanã, na Tijuca – Luciano Belford/Agência O Dia
Rio – Cada chuva forte no Rio vem acompanhada de enchentes, deslizamentos, destruição e mortes. Paralelamente, as ações de prevenção voltadas para controle de enchentes e deslizamentos encolheram este ano. Segundo dados disponíveis no Fincon (sistema oficial de acompanhamento das finanças e contas do governo municipal) e no Portal Rio Transparente, a Prefeitura do Rio só gastou 2,11% do montante disponível para prevenir tragédias como a que se viu nestas segunda e terça-feira na cidade.
Ou seja, a Prefeitura só usou R$ 6,35 milhões dos R$ 300,26 milhões disponíveis. Os dados constam em relatório produzido pelo gabinete da vereadora Teresa Bergher (PSDB).
Ao todo, o município dispõe de três grandes programas para prevenir e problema. Batizados de ‘Controle de enchentes’, ‘qualidade das águas urbanas” e “estabilização geotécnica”, os três estão com execução orçamentária bem abaixo do disponível.
disponíveis. O mesmo ocorreu com revitalização de obras de pavimentação e drenagem, que tem R$ 91,6 milhões; manutenção e obras de estabilização geotécnica, com R$ 65,97 milhões; e manutenção e recuperação de obras de contenção, com R$ 383,85 milhões.
Para o engenheiro civil e professor da Escola Politécnica da UFRJ, Leandro Torres Di
Gregorio, o melhor emprego dos recursos poderia prevenir a tragédia.
”Só alterar o índice de chuva para o acionamento das sirenes não adianta. É preciso fiscalizar, frequentemente, as áreas mais suscetíveis e sinalizá-las”, ensina.
Em nota, a prefeitura apontou que a Geo -Rio investiu R$ 26 milhões em contenção de encostas em 2017 e R$ 60 milhões em 2018 (mais 60%). E que o orçamento caiu porque obras na Grande Tijuca para alagamentos foram entregues antes da gestão atual.
Até o final do dia de ontem, foi contabilizado dez óbitos na cidade devido a maior chuva da história do Rio de Janeiro.
Por Maria Luisa de Melo
O Dia