Fuzilado pelo exército no Rio, Evaldo Rosa trabalhava como segurança e músico e Exército manda prender envolvido

Evaldo trabalhava como músico e segurança (foto: divulgação facebook)

Conhecido como Manduca, Evaldo Rosa dos Santos, morto com 80 disparos pelo Exército, neste domingo, no Rio de Janeiro, era cavaquinhista e membro da primeira formação do grupo Remelexo da Cor.

Os parceiros de música postaram uma homenagem a ele nas redes sociais.

“Olho pro céu e peço a Deus / Que mande a paz do sentimento verdadeiro dos mortais / Aqui embaixo o pesadelo está, demais, demais / Demais, demais, demais😢😔 Neste domingo perdemos um grande amigo, o primeiro cavaquinista do Grupo Remelexo da Cor (Manduca). Deixamos aqui um abraço e nosso sentimento para todos familiares”.

Entre os familiares do músico, o clima é de revolta.

O filho mais velho por adoção, Daniel Rosa, contou que nem sabe como agir com o irmão de 7 anos que estava com o pai no carro e assistiu ao fuzilamento.

“Só tenho que chorar junto”, disse Daniel Rosa, de 29 anos, em entrevista ao jornal O Dia. “Meu irmão está traumatizado. Só chora e fala ‘quero meu pai agora. Por que meu pai não está aqui’”, contou Daniel, dizendo que a família vai processar a União.

“Por que o Exército está dizendo que meu pai é bandido? Eu quero uma explicação. Meu pai era trabalhador, sustentou a família. Tudo que sou devo a ele, que me deu carinho, amor, que chamou a minha atenção quando foi preciso, que me orientou”, lembrou o filho, chorando. “O que o governo vai fazer? Passar a mão nas minhas costas”.

Jane Maria Rosa, irmão de Evaldo, também está inconsolável.

“Como matam uma pessoa com mais de 80 tiros? Como explicar para uma criança de sete anos o que aconteceu?”, desabafou. “Estamos sentindo duas dores: a morte do meu irmão, que era um homem trabalhador, e o que disseram dele, que seria bandido. Ele não era bandido. Era pai, chefe de família e trabalhador. Queremos justiça. Vamos até o fim. Queremos una explicação do governo”.

O corpo de Evaldo será sepultado na tarde desta segunda-feira, mas ainda não há horário e nem local do sepultamento.

Em nota, logo depois do crime, o Comando Militar do Leste chegou a dizer que “a patrulha deparou com um assalto e dois criminosos a bordo de um veículo atiraram contra os militares… Como resultado, um dos assaltantes foi a óbito no local e o outro foi ferido”.

Horas depois, informou que os militares estavam sendo interrogados na Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM).

Por: DCM

E Exército manda prender os militares envolvidos no assassinato.

Mais detalhes em instantes:

Ranoticias.com

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