Mais uma catástrofe pode estar a caminho no Brasil e novamente por culpa da “Vale”

Representante da Vale diz que sistema de monitoramento elevou nível de barragem

Representante da Vale diz que sistema de monitoramento elevou nível de barragem

Uma divergência entre dois sistemas que monitoravam a estabilidade da Barragem Superior Sul, da mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais, na Região Central de Minas Gerais, desde o dia 8 de fevereiro, provocou a elevação da estrutura para o nível 3, de rompimento iminente, segundo a Vale. A informação foi dada no começo da tarde deste sábado (23) em entrevista coletiva convocada pela mineradora, prefeitura e Defesa Civil para explicar o acionamento de sirenes e alerta máximo na cidade.

De acordo com a Vale, o monitoramento era feito por uma célula robótica a laser e por radares. Até esta terça-feira (19), os dois dispositivos apresentavam resultados semelhantes, que atestavam segurança. Porém, na quarta-feira (20), os sistemas apresentaram laudos diferentes.

Gongo Soco - Barão de Cocais - 23/03 — Foto: Globo/Reprodução

Gongo Soco – Barão de Cocais – 23/03 — Foto: Globo/Reprodução

“Você tem um sistema de medição. Você confia nele, analisa, interpreta e define as ações. Por segurança, a gente tem um sistema de redundância, um sistema baseado em conceitos físicos diferentes. Quando um deles começa a dar uma informação diferente da outra a gente perde a referência em qual confiar. E aí, na dúvida a gente não pode concluir o lado mais seguro, tem que concluir para o lado menos seguro”, disse o coordenador do Comitê de Resposta Imediata da Vale, Marcelo Klein.

A mineradora avalia a possibilidade da construção de diques de contenção a 5 quilômetros à jusante da barragem. O objetivo é diminuir o impacto da lama de rejeitos, caso haja um rompimento. A barragem Superior Sul é considerada pela Vale a mais crítica do estado.

“Nós temos um grande desafio porque você não pode fazer uma intervenção (na barragem) por causa do risco de rompimento. A princípio a gente tem que fazer uma atuação remota e ao mesmo tempo você tem que atuar na barragem em uma ação preventiva”, disse Klein.

Barragem Sul Superior em Barão de Cocais — Foto: Arte/G1

Barragem Sul Superior em Barão de Cocais — Foto: Arte/G1

Plano de contingência

A expectativa é que os moradores de três mil casas que ficam ao longo do Rio São João até o centro de Barão de Cocais passem por um treinamento entre este domingo (24) e segunda-feira (25). Rotas de fuga e pontos de encontro ainda estão sendo definidos.

Caso haja um rompimento antes da implementação do plano de contingência, a força-tarefa formada por policiais, bombeiros e Defesa Civil terá uma hora e doze minutos para tirar todas as pessoas da chamada zona secundária que se estende até o centro da cidade. A lama começaria a alcançar as casas em menos de uma hora.

Estima-se que cerca de nove mil pessoas vivem nesta área. Doze bombeiros, quarenta policiais militares e 40 policiais civis fariam o trabalho de retirada destas pessoas.

Segundo o coordenador adjunto da Defesa Civil de Minas Gerais, Flávio Godinho, não há motivo para pânico já que, de acordo com ele, uma hora e 12 minutos é suficiente para que um contingente de cerca de 100 homens retire mais de nove mil pessoas de suas casas.

Por G1 Minas — Belo Horizonte

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