Motoristas e cobradores de vans foram recebidos, na tarde desta quinta-feira (14), pelo presidente do Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT), Felipe Quintanilha, e pelo presidente da Câmara de Vereadores, Fred Machado (PPS), e demais vereadores para uma reunião na sede do Legislativo municipal. Na ocasião, o grupo esclareceu dúvidas sobre o novo formato de transporte coletivo, apresentado pelo município. O diálogo aconteceu dois dias após um protesto em frente à Casa de Leis, que contou com cerca de 50 manifestantes. Segundo Quintanilha, as linhas serão licitadas no dia 26 de abril, às 10h, e a previsão é de que a implantação aconteça na segunda quinzena de maio.
Após a reunião, o motorista de transporte alternativo, Júlio César Cardoso França, de 51 anos, que faz a linha Campos/ São Francisco de Itabapoana, disse que os trabalhadores vêm sofrendo contratempos nas ruas e o encontro foi uma oportunidade de expor questionamentos e sanar dúvidas no que tange a reestruturação do transporte. “Recentemente aconteceu um acidente com um colega nosso, infelizmente, com vítima fatal, após a fiscalização correr atrás do carro de transporte. Então, vim saber se há condições de amenizar esses tipos de problemas a fim de evitá-los. Propus operações paradas em pontos estratégicos e a gente vai aguardar o retorno deles em relação a isso. Sobre o projeto, nos deixava em dúvida o fato de o ônibus sair junto com as vans e isso não faz sentido”, disse.
Quintanilha destacou que o projeto prevê um sistema diferenciado, pautado em um modelo de integração, que tende a ser favorável aos permissionários, uma vez que até então a categoria não possui garantias. A proposta é que o transporte seja trabalhado em dois sistemas que se comuniquem, um colaborando com o outro. O novo modelo visa integrar transporte alimentador de menor capacidade – como van e micro-ônibus – aos ônibus, em todas as áreas distritais do município, levando até terminais próximos à área urbana. No projeto, através do sistema tronco-alimentador, haverá seis terminais de integração, um para cada região integrante do projeto, e todos os terminais contarão com monitoramento e fiscalização do IMTT. Os veículos de menor porte poderão transportar o mínimo de 14 e o máximo de 30 pessoas. A ligação entre as linhas tronco (ônibus) e linhas alimentadoras (vans e micro-ônibus) será feita através do cartão integração e não haverá nenhum custo adicional para o usuário.
— Esse projeto foi dialogando com a população há um ano. Ele foi apresentado pela primeira vez na Câmara Municipal, no dia 4 de julho. Depois disso foram realizadas dez audiências públicas espalhadas pelo município. Foram mais de 20 reuniões com os representantes da categoria dos permissionários de vans, que são representantes das cooperativas, além dos representantes dos transportes alternativos. Além disso, o projeto ficou mais de 120 dias disponível para download na internet, para a pessoa baixar, ler e estudar. Foi aprovado por unanimidade na Câmara e agora a gente publicou o edital. Portanto, foi um projeto dialogado a várias mãos. Acredito que hoje eles saíram daqui entendendo o novo sistema — explicou.
O presidente da Câmara, Fred Machado, destacou também que o projeto do novo sistema de transporte foi aprovado por unanimidade, em dois turnos, pelos vereadores. “Foi um projeto que houve audiência pública para que a gente pudesse discutir e no final das contas sempre há dúvidas. A gente também não pode deixar de permitir que haja manifestação desde que seja pacífica e ordeira. Mas a reunião de hoje foi bem tranquila e eles entenderam toda a dinâmica do processo”, disse o presidente.
Protesto – Na última terça-feira (12), os manifestantes alegaram que o novo formato de transporte coletivo, apresentado pelo município, irá prejudicar a categoria, já que prevê que eles irão passar a atuar nos distritos e localidades mais distantes da área central. Eles participaram da sessão e uma comissão foi recebida pelo presidente da Casa, Fred Machado (PPS) e demais vereadores.
