Nova ação paliativa realizada no Pontal de Atafona

 

A coordenadoria da Defesa Civil de São João da Barra realizou, na manhã desta terça-feira, ação para conter a água do mar na área do Pontal de Atafona, decorrente do período de maré alta, que atingiu 1,30m. O trabalho emergencial, que incluiu abertura de uma vala na rua Beira Rio, foi executado em consonância com as secretarias de Ordem Pública e Meio Ambiente. Enquanto isso, o município aguarda conseguir verba para realizar o projeto de contenção do mar.
O trabalho, segundo o subcoordenador da Defesa Civil, Wellington Barreto, é um paliativo de emergência. “Acontece que, toda vez que tem maré alta, as ondas transpassam a areia e invadem ruas do Pontal. Então, estamos fazendo esse paliativo, abrindo essa vala de cerca de 50 metros, para escoar a água e, assim, evitar que as ondas avancem nas residências”, informou.
Na área, a Defesa Civil também fez a recolocação de dunas com a areia escavada da vala de contenção. Um caminhão de areia também foi providenciado para completar o restante do trabalho. A intenção é, com essa areia, formar um dique de contenção.
— A Defesa Civil faz esse trabalho todo mês em época de ‘Maré de Lua’, para dar mais comodidade, conforto e segurança à população do Pontal — concluiu Wellington Barreto.
No final de fevereiro, a Folha publicou matéria sobre a questão do avanço do mar e a implantação do projeto de contenção do mar, atestado pelo Instituto Nacional de Pesquisa Hidroviárias (INPH), que ainda não saiu do papel.
Na ocasião, a Prefeitura de SJB chegou a informar que quanto à verba de R$ 180 milhões para colocar em prática o anteprojeto do INPH, não houve avanços. No entanto, o município continua se movimentando na busca por uma solução e uma nova frente de trabalho, em consonância com o Ministério Público Federal, Universidade Federal Fluminense e especialistas, entraria em pauta ainda neste mês de março, na tentativa de apresentar alternativas para o fenômeno da erosão costeira a um custo menor em termos financeiros e viáveis do ponto de vista ambiental.
A Prefeitura chegou a informar também que um projeto de bombeamento artificial de dunas para crescer ou “engordar” a praia de Atafona, com areia compatível à da praia é um dos estudos de viabilidade, que depende da elaboração e aprovação do EIA-Rima (Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto de Meio Ambiente) pelos os órgãos ambientais.
A situação de Atafona não é de agora. Há 60 anos foi publicada a primeira matéria que falava da necessidade de intervenções na praia sanjoanense. Em 17 de fevereiro de 1959, o extinto jornal campista “Folha do Povo” destacava na sua principal página que era necessário um “espigão para garantir a sobrevivência do Pontal, em Atafona”. A publicação destacava, ainda, que a medida foi “adotada no Recife e ainda recentemente em várias praias do Rio de Janeiro, com pleno êxito”. À época, o então deputado estadual Simão Mansur (1915-1978), sanjoanense do antigo sertão, demonstrou interesse e disse que lutaria pelo projeto. Agora, são outros políticos nesta saga. Enquanto nada sai do papel, o mar que já encobriu todo Pontal avança cada vez mais.
Por: Folha 1

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