Vergonha: PGR arquiva pedido para retirar Gilmar de processos sobre Paulo Preto.
Dodge fala em ‘ousadia do investigado’, mas diz que Lava Jato falhou em provar que há ‘amizade íntima’ entre o ministro e o ex-senador Aloysio Nunes.
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, decidiu nesta segunda-feira, 11, arquivar um pedido da força-tarefa da Lava Jato no Paraná para que fosse declarada a suspeição do ministro Gilmar Mendes em julgamentos relacionados ao suposto operador do PSDB Paulo Vieira de Souza, retirando-o da relatoria desses processos.
De acordo com procuradores, ligações telefônicas e mensagens demonstraram que o ex-senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) buscou interferir em julgamento de habeas-corpus do suposto operador, em contato direto e pessoal com Gilmar.
Na decisão, Raquel Dodge aponta que as informações trazidas pela força-tarefa “chamam atenção pela ousadia do investigado” em tentar interceder em favor de Paulo Vieira. No entanto, ainda que isso tenha de fato ocorrido, aponta a chefe da PGR, o contato com o gabinete de Gilmar ou com o próprio ministro não “revelou amizade íntima” entre eles.
“Ainda que tenha efetivamente ocorrido, o contato com o gabinete do Ministro ou com o próprio Ministro não revelou amizade íntima entre ambos, nem, do ponto de vista objetivo, influiu, nem determinou o juízo valorativo do magistrado em relação ao réu ou à causa, vez que, na sequência dos fatos narrados, a decisão liminar foi revogada”, afirma Raquel.
Ao arquivar o pedido de suspeição, Raquel lembrou ainda que, em torno de Paulo Vieira, Gilmar chegou a revogar recentemente uma liminar que havia concedido e que beneficiava o suposto operador.
Por Estadão Conteúdo
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