Mesmo com o vergonhoso apoio de Gilmar Mendes, Paulo Preto é condenado a 145 anos e oito meses de prisão

Esta é a segunda condenação de ex-diretor da Dersa pela Justiça Federal.
O ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, apontado como operador do PSDB Foto: Aílton de Freitas / Agência O GLOBO (29/08/2012)

A Justiça determinou que Souza inicie o cumprimento da pena em regime fechado. Em sua defesa, Souza havia afirmado que as funcionárias de sua família viviam em área no ABC paulista que foi desapropriada pelo Rodoanel. Porém, segundo o Ministério Público Federal, três delas não conseguiram dizer o nome da rua onde moravam ou a linha de ônibus que pegavam todos os dias para ir trabalhar.

Uma ex-funcionária da Dersa, que fez acordo de delação, afirmou ainda à Justiça que ele ficou com o dinheiro da indenização destinada a 11 pessoas. Uma irmã dela sacou cerca de R$ 955 mil entregou o dinheiro a pessoas de confiança de Paulo.

Também foi condenado a 145 anos e oito meses de prisão José Geraldo Casas Vilela, funcionário da Dersa na época dos desvios.

A Justiça determinou ainda perdimento dos bens sequestrados de Souza, da filha dele e de Vilela. O valor mínimo de indenização é de R$ 7,7 milhões. Neste caso, o Ministério Público Federal havia pedido pena de 80 anos de prisão para Souza.Paulo Vieira de Souza foi diretor da Dersa, empresa do governo paulista responsável por obras viárias, entre 2007 e 2010. Na semana passada, Souza foi condenado a 27 anos de prisão por envolvimento em cartel de empreiteiras formado para as obras do Rodoanel.

Ele é investigado também pela Lava-Jato de Curitiba, acusado de operar com o departamento de propina da Odebrecht e manter quatro contas na Suíça, cujo saldo em 2017 chegava a R$ 131 milhões. Nesta quarta-feira, a Lava-Jato de Curitiba pediu a suspeição do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes para julgar recursos relativos às investigações de Souza.

Gustavo Schmitt e Cleide Carvalho

Por: O Globo

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