CT do Flamengo Ninho do Urubu é interditado pela Prefeitura do Rio
Fechamento ocorre 19 dias após incêndio que matou 10 atletas da base do Flamengo que dormiam no local e deixou outros três feridos. Ordem de interdição, datada de 2017, foi fixada na porta do CT e Guarda Municipal está no local para impedir acesso.
Rio – O CT do Flamengo Ninho do Urubu foi interditado, na manhã desta quarta-feira, pela Prefeitura do Rio. O fechamento, realizado pela Secretaria de Ordem Pública (Seop), ocorre 19 dias após incêndio que matou 10 atletas da base do clube que dormiam no local e deixou outros três feridos. Um deles, Jhonata Cruz, segue até hoje internado se recuperando.
A ordem de interdição, datada de outubro de 2017, foi fixada na porta do centro de treinamento e a Guarda Municipal está no local para impedir acesso. A medida segue uma recomendação do Ministério Público do Rio (MPRJ). Funcionários que trabalham na obra do CT são os únicos liberados a entrarem no espaço. Procurado pelo DIA às 9h30, o Flamengo não retornou a reportagem sobre o fechamento do centro de treinamento.
De acordo com a prefeitura, a operação só pode ser efetivada agora porque os fiscais da Secretaria Municipal de Fazenda (SMF) têm apenas poder de polícia administrativa. “Com a decisão do MPRJ de pedir o fechamento, a SMF e a Seop puderam fechar o CT por meio de uma ação mais contundente. A interdição contou com o apoio do MPRJ”, diz nota do município.
“Hoje foi interditado completamente, há uma decisão e a Prefeitura cumpriu. Nós esperamos que tanto as exigências para o alvará como também para habite-se sejam cumpridas, e que ele retorne logo ao funcionamento”, disse o prefeito do Rio, Marcelo Crivella.
O município informou logo após o incêndio que, por não possuir alvará de funcionamento, a Secretaria de Fazenda lavrou quase 30 autos de infração contra o Clube de Regatas do Flamengo em pouco mais de um ano.
Segundo a prefeitura, o Centro de Treinamento George Helal, conhecido como Ninho do Urubu, tem a atual licença com validade até o dia 30 de março deste ano. Entretanto, a área de alojamento dos atletas das categorias de base, distribuída em seis contêineres, totalmente destruídos pelo incêndio, “não consta do último projeto aprovado pela área de licenciamento, em 5 de abril de 2018, como edificada”.
No dia seguinte, em um rápido pronunciamento, o CEO do Flamengo, Reinaldo Belotti, afirmou que o alojamento tinha certificado de regularidade expedido pela Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) e pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, mas dos nove certificados do Corpo de Bombeiros, o clube possuía somente oito.
A Prefeitura do Rio contestou as declarações do CEO do Flamengo e disse que não era verdadeira a informação de que a instalação foi certificada pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente para ser utilizada como dormitório. Por causa disso, segundo o órgão, uma investigação será aberta na próxima semana e o Flamengo terá que responder por tais práticas.
Na nota divulgada, a prefeitura acrescentou que a afirmação “é infundada” por não estar dentro das atribuições do órgão. “Qualquer declaração contrária carece de provas documentais e/ou testemunhais”, dizia o texto.
Por: O Dia