Recursos de combate à pobreza são usados para pagar salários no estado
Atualização em 25/02, às 16h45, com notas do ex-deputado Jorge Picciani e do empresário Jacob Barata Filho
Levantamento dos deputados novatos Alana Passos e Anderson Moraes, ambos do PSL, constatou que recursos do Fundo de Combate à Pobreza foram usados para salários de cargos em comissão, serviços de consultoria e até pagamentos de água e luz.
Já os pobres…
De 2014 a 2018, o fundo acumulou quase R$ 20 bilhões — só no ano passado, R$ 4,7 bilhões — e já configura a segunda maior receita tributária do estado.
Alana e Anderson vão propor uma CPI para investigar a aplicação dos recursos.
Os presos
A Fetranspor, gestora do Bilhete Único, recebeu quase R$ 2 bilhões entre 2010 e 2016, período em era dirigida por Jacob Barata — que chegou a ser preso pela Lava Jato.
A OS Pró-Saúde, ligada a Miguel Skin e Gustavo Estelita, também investigados pela Lava Jato, foi outra a receber recursos.
Desvios
Inicialmente, o fundo não tinha previsão para gastos com pessoal. Sérgio Cabral, Jorge Picianni e Luiz Fernando Pezão alteraram a lei para liberar 10%, depois 20% e hoje 40%.
Sem emendas
O ex-deputado e ex-presidente da Assembleia, Jorge Picciani afirma que não teve nenhuma participação na redação dos projetos que alteraram a destinação de recursos do Fundo de Combate à Pobreza. Segundo o moço, as mensagens sempre foram encaminhadas pelo Executivo e ele nunca apresentou emendas sobre a matéria.
“Como então presidente da Alerj, competia-lhe apenas colocar os projetos em pauta para serem votados. A utilização dos recursos do Fundo também é de competência exclusiva do Executivo”, diz nota enviada pela assessoria.
Segundo a defesa de Jacob Barata Filho, no período mencionado (2010-2016), ele não dirigia a Fetranspor, exercendo apenas a posição de suplente de conselho. O empresário alega desconhecer os fatos mencionados.
Por: Berenice Seara
O EXTRA