Assembleia de Minas aprova projeto de lei que determina medidas mais rígidas para barragens

Deputados aprovam em 2º turno PL que endurece leis para mineração no estado

Deputados aprovam em 2º turno PL que endurece leis para mineração no estado.

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aprovou, nesta sexta-feira (22), em segundo turno, o projeto de lei que determina medidas mais rígidas pela mineração do estado.

A votação foi realizada em uma reunião extraordinária, no início desta noite, e teve 65 votos favoráveis e nenhum contrário ao PL 3.676/16. Segundo a ALMG, a redação final do projeto foi aprovada minutos depois. Com isso, o presidente da Casa, Agostinho Patrus (PV), já pode encaminhá-lo para sanção do governador Romeu Zema (Novo), o que deve ser feito na manhã desta segunda-feira (25).

Depois de uma semana de muitas polêmicas por causa do assunto na Casa, o texto que foi aprovado em plenário passou a incluir quase todo o conteúdo do projeto que ficou conhecido como “Mar de Lama Nunca Mais”. De iniciativa popular, ele teve mais de 50 mil assinaturas e foi elaborado após o rompimento da barragem da Samarco, cujas donas são a Vale e a BHP Billiton.

Assembleia aprova projeto que endurece regras para mineração — Foto: Willian Dias / ALMG/ Divulgação

Assembleia aprova projeto que endurece regras para mineração — Foto: Willian Dias / ALMG/ Divulgação

Antes ir a plenário, o PL teve parecer aprovado em segundo turno pela Comissão de Administração Pública. O relator, deputado João Magalhães (MDB), opinou pela aprovação na forma do substitutivo nº 1, rejeitando o texto aprovado com alterações no 1º turno.

Entre os principais pontos do texto, está proibição da instalação de barragens a montante – mesmo tipo das das estruturas que se romperam em Mariana, em 2015, e em Brumadinho, neste ano.

Veja pontos do substitutivo:

  • Proibição da instalação de barragens de rejeitos a montante
  • Proibição da concessão de licenças para instalação, ampliação ou alteamento de barragens que tenham comunidades nas zonas de autossalvamento
  • Estabelecimento de prazo de 90 dias para empresas apresentarem cronograma de planejamento da substituição de tecnologia em barragens a montante, o que deverá ser feito em até três anos

Os ambientalistas consideram que a proposta é um avanço importante para um estado tão dependente da mineração. Mas nos discursos durante a discussão da proposta deixaram a crítica de que a sociedade teve que pagar o preço de duas tragédias antes de o Legislativo enrijecer as regras para atividade minerária.

Em nota divulgada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o procurador-geral de Justiça, Antônio Sérgio Tonet afirmou estar certo de que o exemplo de Minas será seguido pelo Congresso Nacional.

Para a promotora de Justiça Andressa Lanchotti, o cerne do projeto “Mar de Lama Nunca Mais” está na proibição da construção ou alteamento de barragens em locais onde forem identificadas populações residindo nas zonas de autossalvamento.

Por G1 Minas — Belo Horizonte

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