A poda de três árvores e corte de uma na praça Doutor Oliveira, conhecida como pracinha do Sossego, está dividindo opiniões e ganhou repercussão nas redes sociais. Enquanto alguns comerciantes e moradores do entorno dizem que o procedimento foi severo demais, outros dizem que a poda foi necessária, da forma como foi feita, pelo excesso de ervas de passarinho, que comprometiam galhos, que se transformavam em risco iminente com a chuva. Segundo a Prefeitura, a secretaria de Desenvolvimento Ambiental (SMDA) informou que a retirada de uma árvore morta, com risco de queda ampliado pela possibilidade de chuva e nas demais árvores, foi realizada para garantir segurança à população e poda de regularização de crescimento, que evita que galhos pesados quebrem e caiam.
Miguel Aldiney das Chagas Gomes é comerciante no local há 31 anos e diz que o procedimento foi necessário.
— A poda tinha mesmo que ser feita por que tinha muita erva de passarinho. Essas árvores já estão mortas, uma até foi tirada hoje (sexta-feira). Já caíram galhos em cima de carros por aqui. Era um risco — disse ele, acrescentando achar que a Prefeitura deveria fazer o plantio de novas árvores no local e somente depois retirar as que apresentam risco.
Já para Luís Sérgio, que há 28 anos tem um bar no centro da pracinha, o procedimento da Prefeitura foi errado e excessivo, sem estudo prévio. “Existe poda e existe corte. Aqui trouxeram uma motosserra e cortaram os troncos. Faltou um estudo, agora a gente vê os galhos no chão e os passarinhos sem ter para onde ir”, disse ele que acredita também que o verão não seja o melhor momento para o procedimento.
Francisco Paulo de Almeida, morador do bairro desde que nasceu, disse que a rua Tenente Coronel Cardoso já foi formosa. E não recebeu esse nome por acaso. Segundo ele, que também não concordou com a poda, umas das belezas era o bonde, que fazia o retorno no entrocamento com a Mariana Barreto. Outra, o pôr-do-sol, que faz ângulo com a via e a arborização que um dia já teve. “Eu tenho 69 anos e moro aqui perto. O Sossego era tudo para nós. A gente queria que podassem para dar vida, não para matar. Árvore é vida”, relatou.
Em matéria publicada no site oficial a Prefeitura diz que “garantir o plantio de novas mudas de árvores, realizar podas e avaliar riscos são trabalhos do cotidiano da SMDA. Na última semana, o engenheiro ambiental do órgão vistoriou as árvores da praça e avaliou risco de queda de uma unidade, além do desequilíbrio de peso em algumas árvores. Também foi indicada a retirada de ervas de passarinho e a poda de levantamento para evitar que galhos fiquem baixos e atrapalhem a passagem de pedestres.”
— Foi necessária a poda de regularização nas árvores que estavam com crescimento desequilibrado, o que também gera risco de queda, devido ao peso concentrado em algum dos lados — explicou o secretário Leonardo Barreto.
O ambientalista Aristides Soffiati explicou que o corte é necessário em casos de cupim, mas ressaltou que o verão não é o mês indicado para o procedimento. “A época de poda é outono ou inverno. Outono é melhor porque você deixa a planta com resistência maior para se recuperar na primavera”, explicou.
Arborize – Segundo a Prefeitura, através do “Adote uma Árvore”, somente nesta semana, foram 30 mudas de árvores de espécies nativas e frutíferas plantadas na nova estrada da Codin, em Guarus. Neste mês de fevereiro, foram plantadas árvores na avenida José Alves de Azevedo em substituição a outra que caiu; no Parque Imperial, adotada por um morador, entre outros pontos. Um novo plantio está programado para a próxima semana em Donana.